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Universidade Lusófona tem mais de 5 mil alunos no Brasil e quer expandir negócios
Mais de 10% dos estudantes do grupo Lusófona estão no Brasil. São três faculdades e dois colégios. Em Portugal, instituição abriga cerca de 2 mil brasileiros na graduação, no mestrado e no doutorado.
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A Universidade Lusófona escolheu o Brasil como um dos pilares de seu projeto de internacionalização. A instituição portuguesa já tem três centros universitários no país — no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia — e dois colégios, um, em São Gonçalo, cidade fluminense com um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, outro, na capital paulista. São mais de 5 mil alunos, o correspondente a 10% de todos os estudantes do grupo, que ainda atua em Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.
Segundo o CEO da Lusófona no Brasil, António Fiúza, a meta é consolidar os negócios no mercado brasileiro por meio do aumento do número de alunos e do reforço da marca. Há, também, a possibilidade de algumas aquisições, mas não neste momento. “O Brasil, por sua dimensão, é muito importante para nós. Mas é preciso levar em conta as complexidades do país, especialmente, nas áreas tributária e trabalhista. Não é fácil fazer negócios no Brasil, ainda que haja muitas oportunidades”, afirma.
Fiúza ressalta que a filosofia da Lusófona é “transformar vidas por meio da educação”. E ele chama a atenção para o trabalho realizado pelo Colégio Paraíso, em São Gonçalo, que foi adquirido pelo grupo e está completando 66 anos. Lá são concedidas bolsas de estudo de até 100% para alunos mais carentes, de forma que possam ter a oportunidade de ascender até à universidade e se tornarem profissionais destacados nas áreas que escolheram. “Levamos educação a quem precisa. Esse é o nosso lema”, diz.
Apesar de a cidade de São Gonçalo ser considerada uma das mais violentas do Brasil, Fiúza ressalta que sua sala está sempre de portas abertas para receber os pais dos estudantes e ouvir as demandas da comunidade. “Nunca presenciamos nenhum ato violento. Sabemos que nesta localidade, como em outras partes do Brasil, há deficit de formação educacional, portanto, temos a obrigação de contribuir para a reversão desse quadro, dando oportunidades para todos. Formamos cidadãos”, frisa. “Atraímos os alunos também por meio de atividades culturais e esportivas. Isso é muito importante.”
ENEM abre portas
Em Portugal, são mais de 2 mil brasileiros nas salas de aula da Lusófona, seja na graduação, seja no mestrado e no doutorado. “Temos alguns dos melhores centros de pesquisas da Europa, um corpo de docentes altamente qualificado, o que atrai a atenção dos estudantes brasileiros. Os diplomas de instituições portuguesas são reconhecidos em 27 países que integram a União Europeia”, assinala o CEO da Lusófona no Brasil. “São muitas as oportunidades profissionais para nossos estudantes”, complementa.
O executivo ressalta que vários dos brasileiros que estão estudando na Lusófona em Portugal chegaram por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), cujas provas deste ano estão em andamento no Brasil. Somente neste domingo, foram mais de 5 milhões de estudantes fazendo os testes em todo o país. “É impressionante esse número. Muitos desses alunos precisam do ENEM para chegar às universidades. São talentos que não podem ser desperdiçados”, destaca.
Na avaliação de Fiúza, a interligação de Brasil e Portugal por meio da educação é irreversível. Ele acredita que os dois países têm a missão conjunta de criar oportunidades para jovens que sonham em se sentar em um banco da universidade. “Há toda uma questão social envolvida nesse projeto, de construção de um futuro melhor. Além de transformar vidas, a educação tem forte impacto econômico, pois gera riqueza para a sociedade e para os países”, afirma. “É nesse sentido que vamos consolidar nossas operações no Brasil e manter as portas abertas de nossas instituições em Portugal para receber ainda mais alunos brasileiros”, reforça.