PSP detém jovem que burlava apostas Placard em todo o país

Quando foi detido, burlão de nacionalidade espanhola tinha 433 talões na sua posse, no valor de 12 mil euros de apostas. Começou carreira aos 16 anos.

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Jovem chegou a usar 15 identidades falsas para pagar apostas Bruno Lisita
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A PSP deteve um jovem de 21 anos que burlou pelo menos 18 casas de apostas em todo o país com um falso comprovativo de pagamento, suspeito de "um vasto historial" deste tipo de esquema em Espanha.

Detido em Oeiras na quarta-feira, ficou em prisão preventiva depois de ser ouvido pelo juiz de instrução. Já tinha sido detido em Maio do ano passado pela PSP também por burlas, mas em ourivesarias.

Segundo a Polícia de Segurança Pública, o "burlão do Placard", como era conhecido o jovem espanhol, fazia apostas neste jogo simulando o respectivo pagamento com falsos comprovativos de transferências bancárias.

"Pedia para fazer o registo das apostas Placard e depois simulava um pagamento por transferência bancária e falsificava o comprovativo de transferência. As pessoas das papelarias e das casas das apostas, julgando que tinham sido ressarcidas do dinheiro das apostas, registavam os talões e acabavam por não ter o retorno do pagamento", contou o chefe da área operacional do Departamento de Investigação Criminal da PSP, Nelson Silva.

A investigação policial teve início em Fevereiro e desde então há registo de pelo menos 18 crimes em 16 cidades de todo o país. Segundo a PSP, o jovem usava números de contribuinte e identidades falsas que mostrava aos comerciantes através do telemóvel. Chegou a usar 15 identidades falsas.

"Desde Fevereiro que passou por todos estes concelhos a fazer esta artimanha: registava os talões das apostas recorrendo a um falso comprovativo bancário, como se tivesse pago as apostas. Depois não tinha pago, mas ficava com as apostas registadas e daí conseguia recolher os prémios que ganhasse". A investigação ainda vai apurar se, de facto, chegou a ter apostas premiadas.

A PSP indica que o jovem fazia as apostas à hora de fecho dos estabelecimentos comerciais, o que impossibilitava o seu cancelamento e levava a crer os comerciantes que tinha efectuado pagamento por transferência vinda de um banco espanhol.

Nelson Silva avança que o prejuízo total das burlas é de cerca de 55 mil euros. Quando foi detido, na quarta-feira, o burlão tinha 433 talões na sua posse, no valor de 12 mil euros de apostas. O mesmo responsável da PSP adianta que o jovem já tinha sido detido no ano passado pela polícia por praticar burlas recorrendo ao mesmo expediente, mas em ourivesarias.

"No ano passado foram 12 crimes pelo mesmo método. Ia a uma ourivesaria, escolhia as peças de ouro e depois simulava os pagamentos com falsos comprovativos de transferências bancárias", descreveu, dando conta de que na altura o prejuízo total rondou os 100 mil euros em todo o pais. Segundo Nelson Silva, o jovem esteve preso preventivamente uns meses, mas entretanto foi libertado porque há um mecanismo na lei que permite pagar os danos às vítimas.

"Pagou a quase todas as vítimas e foi-lhe restituída a liberdade. Continuou cá em Portugal, não a fazer burlas a ourivesarias, nas sim às apostas Placard", precisou. Segundo o comissário, oito dias depois de ter saído da prisão já estava a reincidir.

O "burlão do Placard" tem também um "vasto historial" de delitos do mesmo género em Espanha, onde começou a sua carreira criminosa aos 16 anos. Tem pendente naquele país uma pena de prisão de sete anos.