Graças a Charli XCX, “brat” é a palavra do ano para o dicionário Collins
A palavra, que até este ano servia era o nome dado a uma criança indisciplinada, ganhou um novo significado devido ao álbum lançado pela artista britânica.
“Uma atitude confiante, independente e hedonista”. É esta a nova definição que a Collins, editoria do dicionário homónimo, atribui a “brat”, escolhida para a Palavra do Ano de 2024. O termo, que numa tradução literal para português significa “pirralho” ou “pirralha”, ganhou relevância graças ao álbum de Charli XCX, lançado em Junho deste ano com esse mesmo nome.
“Inspirado no álbum de Charli XCX, “brat” tornou-se uma das palavras mais faladas de 2024. Mais do que um álbum de enorme sucesso, “brat” é um fenómeno cultural que tem ecoado entre pessoas de todo o mundo, e o “brat summer” estabeleceu-se como uma estética e um modo de vida”, justifica a editora, lembrando que até a campanha eleitoral norte-americana marcou, com a viralização do tweet "kamala IS brat", publicado pela própria artista britânica.
“Brat” ficou à frente de uma lista final de palavras que incluía vários termos anglo-saxónicos disseminados mundialmente no mundo digital, como “delulu” (alguém que está muito iludido), “brainrot” (podridão cerebral devido ao consumo excessivo de conteúdos fúteis) ou “yapping” (falar muito sobre algo inconsequente).
A lista final incluía ainda duas palavras que podem ser mais familiares para os portugueses: “antiturismo”, pela vaga de protestos que se espalhou pela Europa; e a palavra “era”, devido à digressão mundial de Taylor Swift, The Eras Tour, que passou por Lisboa em Maio.
“Brat”, diz ainda a editora, “captou claramente algo do espírito da época, e que vai além de um potencialmente curto mas exuberante “brat summer”. A palavra, continua, “evoca tanto a auto-aceitação como a rebeldia”. Um par perfeito para 2024, um ano “em que o hedonismo e a ansiedade se combinam para formar uma mistura inebriante”.
Apesar de ser Palavra do Ano de 2024, “brat” não é uma palavra recente, sublinha a editora: os primeiros registos da sua utilização datam de cerca de 1500.