Procurador-geral indica que António Costa continua a ser investigado

Amadeu Guerra disse que “foi apreendida muita documentação que está a ser analisada”.

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António Costa é actualmente presidente eleito do Conselho Europeu Daniel Rocha
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O procurador-geral da República, Amadeu Guerra, revelou esta quinta-feira que o ex-primeiro-ministro António Costa está ainda sob investigação no processo Operação Influencer, apesar de não ser arguido, quase um ano depois da operação lançada pelo Ministério Público (MP).

"A única coisa que posso dizer é aquilo que acontece em todos os inquéritos. Houve buscas, conforme sabem, e eu também soube pela comunicação social, porque estava fora do Ministério Público, e foi apreendida muita documentação que está a ser analisada. Vamos ver se na documentação apreendida há alguns indícios além daqueles que já tinham, os objectivos das buscas são exactamente esses", afirmou.

Em declarações aos jornalistas, em Aveiro, onde iniciou um périplo por todas as comarcas para motivar os magistrados do MP, Amadeu Guerra foi directamente questionado sobre se António Costa não é arguido no processo e se continua a ser investigado, ao que o procurador-geral da República se limitou a confirmar: "Exactamente, é isso."

A Operação Influencer levou, no dia 7 de Novembro de 2023, às detenções do chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, do advogado e consultor Diogo Lacerda Machado, dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas. São ainda arguidos o ex-ministro das Infra-Estruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado João Tiago Silveira e a Start Campus.

O processo foi entretanto separado em três inquéritos, relacionados com a construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela sociedade Start Campus, a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), e a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines.

O antigo primeiro-ministro, António Costa, que surgiu associado a este caso, foi alvo da abertura de um inquérito no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça, situação que o levou a pedir a demissão do cargo.