Taça da Liga: Buta apontou caminho e FC Porto acelerou para final four
“Dragões” confirmaram favoritismo, afastaram o Moreirense e qualificaram-se para as meias-finais da Taça da Liga, fase em que irão defrontar o Sporting.
O jogo que encerrou os quartos-de-final da renovada Taça da Liga não trouxe surpresas — e isso significa que a final four da prova terá os protagonistas expectáveis. Em Aveiro, casa emprestada por obrigação disciplinar, o FC Porto desmontou a ousadia inicial do Moreirense com paciência e poucos riscos, impondo-se com um 2-0 mais justificado pela prestação da segunda parte do que da primeira.
Coloquemos as coisas nestes termos: quando chegou o intervalo, o FC Porto não tinha um único remate enquadrado mas estava já a vencer por 1-0. Como? Graças a um autogolo de Buta, numa abordagem infeliz após um cruzamento de Francisco Moura que culminou uma boa transição ofensiva dos “dragões”.
Foi uma primeira parte quase sem balizas e com uma abordagem arrojada do Moreirense, que encostava quatro homens à linha defensiva adversária e mostrava contundência na reacção à perda, em zonas altas. Acontece que este plano, em 4x4x2 sem bola e em 4x3x3 com ela, foi perdendo eficácia à medida que o desgaste se foi instalando.
Na prática, os efeitos duraram cerca de 20 minutos. A partir daí, o FC Porto (com sete alterações no “onze”, menos uma que o Moreirense) passou a ter mais espaço e tempo para decidir. E isso costuma ser fatal. Mesmo sem subir muito o ritmo, forçou essencialmente combinações no corredor esquerdo (Moura, Galeno, Gul ou Namaso), ora para atacar Fabiano em 2x1, ora para atrair e depois variar o centro do jogo para o lado contrário, rumo a João Mário.
Por isso, quando chegou ao golo, aos 34’, já estava claramente por cima das operações e só por uma vez teve verdadeiramente de se preocupar com a transição defensiva, quando Gabrielzinho embalou pela esquerda para oferecer o remate a Buta — Cláudio Ramos defendeu com dificuldade e Zé Pedro completou.
O que estava disposto a fazer o Moreirense no segundo tempo para mudar a história do jogo? César Peixoto promoveu duas alterações, mas as dinâmicas não mudaram, também porque o FC Porto mostrou vontade de arrumar de vez o assunto. Montou um cerco com seis/sete elementos à área minhota, despejou cruzamentos e tentou ataques curtos à profundidade. E chegaria ao 2-0 num lance a dois tempos, com finalização perfeita de Eustáquio, já na área.
Faltava meia hora para o fim e Vítor Bruno chamou Fábio Vieira e Samu, agudizando o assalto à baliza contrária, quase sempre a aproveitar a largura. Com excepção de um par de arrancadas de Gabrielzinho, o jogo tinha um sentido só e Caio Secco foi sacudindo a chuva que ocasionalmente se abateu sobre o Municipal de Aveiro com um par de boas defesas. Galeno, Namaso, Samu iam tentando a sorte, sem que o Moreirense mostrasse capacidade para cortar as rédeas a um FC Porto que voltou ao banco para lançar Alan Varela, Gonçalo Borges e Rodrigo Mora.
Já nos últimos 10 minutos, Cláudio Ramos ainda fez uma defesa apertada e viu a bola sobrevoar a área num par de pontapés de canto, o que levou o FC Porto a circular mais para controlar o resultado, sem ter de se expor. E assim confirmou a presença na próxima fase da Taça da Liga, em que irá medir forças com o Sporting. Será no início de Janeiro, em Leiria - um bom aperitivo para a segunda metade da época.