Elementos do movimento Climáximo despejaram nesta quarta-feira corante vermelho na fonte do edifício da Caixa Geral de Depósitos em Lisboa, que alberga vários ministérios, em protesto contra a proposta de Orçamento do Estado, que classificam de "criminosa". Em comunicado, o Climáximo refere que as discussões do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) se limitaram "a jogos de bastidores", deixando de parte "as reais implicações das políticas públicas na vida das pessoas".
No dia em que arranca o debate na generalidade do OE2025, o movimento lamenta que a crise climática tenha estado afastada das discussões sobre o OE2025, considerando que "as políticas necessárias para travar o colapso ficaram à porta", acrescentou.
"Tal como processos institucionais vazios, como a 29.ª Conferência das Nações Unidas pelo Clima (COP) que irá acontecer em Novembro, o OE demonstra que os Governos não nos vão salvar da destruição em curso", escrevem os activistas ambientais do Climáximo na nota de imprensa, considerando que as medidas previstas colocam "o pé no acelerador" rumo ao "inferno climático".
Dando o exemplo das cheias da madrugada desta quarta-feira em Valência (Espanha), o Climáximo defende que as políticas dos últimos governos conduzem o mundo para crescentes incêndios, secas, quebras de colheitas e cheias, comprometendo "uma sociedade justa e democrática" e condições de vida dignas.
Lucros de milhões
Esta não foi a única intervenção do movimento Climáximo esta semana. Na passada segunda-feira, o movimento afixou cartazes na sede da Galp, em Lisboa, após a divulgação dos resultados dos primeiros nove meses da empresa. A Galp lucrou 890 milhões de euros, o que corresponde a um aumento na ordem dos 24% em relação ao mesmo período do ano passado.
Afixaram cartazes com o rosto da presidente do conselho de administração, Paula Amorim, como protesto contra os efeitos do "negócio dos combustíveis fósseis" no meio ambiente. Num cartaz, lia-se: "Procura-se a criminosa família Amorim pelo assassinato por calor extremo de 50 mil pessoas na Europa só este Verão, e por deslocar e condenar à morte milhares de pessoas".
O movimento apela ainda a toda a sociedade para se juntar à manifestação e à acção "Parar Enquanto Podemos", agendada para dia 23 de Novembro e que partirá às 15h da Praça Paiva Couceiro, em Lisboa, com intuito de bloquear a circulação de automóveis na Praça do Chile.