Chuvas de Espanha perdem intensidade ao chegar a Portugal nesta quarta-feira

IPMA prevê que as chuvas que mataram mais de 70 pessoas em Espanha se desloquem para Portugal já nesta quarta-feira, mas com muito menos intensidade. Foram emitidos avisos amarelos.

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Chuvas de Espanha deverão perder intensidade até chegar a Portugal Tiago Bernardo Lopes
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As chuvas intensas que mataram mais de 70 pessoas em Espanha estão a deslocar-se gradualmente em direcção a Portugal, devendo chegar a território nacional já nesta quarta-feira, mas com menos intensidade, provavelmente sob a forma de aguaceiros.

“Esta depressão está centrada a sudoeste da Península Ibérica, tem expressão em altitude e bastante actividade. Tem estado já há vários dias com precipitação muito intensa e trovoada em Espanha. Para nós [Portugal], o que vai acontecer é gradual, vai deslocar-se para oeste, com deslocamento muito lento, perdendo algumas das suas características, incluindo a severidade que se tem registado nos últimos dias”, afirmou ao PÚBLICO Bruno Café, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Bruno Café explica que, para já, estão emitidos avisos amarelos de precipitação para esta quarta-feira a partir da tarde, que se prolongam até ao início da noite para a maior parte da região centro também. “Não se esperam, contudo, valores iguais aos registados em Espanha”, frisa o meteorologista, numa chamada telefónica.

Doze distritos de Portugal continental vão estar nesta quarta e quinta-feira sob aviso amarelo devido à previsão de aguaceiros, podendo ser, por vezes, fortes e acompanhados de trovoada, segundo o IPMA.

Nos distritos do Porto, Faro, Santarém, Leiria, Beja, Aveiro e Coimbra, o aviso vai vigorar entre as 12h00 desta quarta-feira e a meia-noite de quinta-feira. Os distritos de Viseu, Évora, Guarda, Castelo Branco e Portalegre vão estar sob aviso pelo mesmo período, e ainda entre as 12h00 de quinta-feira e a meia-noite de sexta-feira.

“Poderá depois haver um enfraquecimento da precipitação na primeira parte do dia de quinta-feira, mas depois, a partir da tarde, voltará outra vez a intensificar-se no interior centro e sul, e também na região do Algarve. É provável que em alguns locais dos distritos com aviso amarelo, quer no dia 2 de Novembro, quer na quinta-feira, possa ocorrer então esta precipitação forte, mas não se espera uma situação semelhante à de Espanha. Não esperamos nada disso neste momento”, assegura Bruno Café.

O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido pelo IPMA quando há uma situação de risco para determinadas actividades dependentes da situação meteorológica.

Ainda no início desta semana, o IPMA publicou uma informação especial sobre o estado do tempo em Portugal continental no dia 1 de Novembro, que, até ao momento, não foi actualizada. O instituto referia que o país "continuará a ser condicionado por uma região depressionária com expressão em altitude, que se movimenta de forma aleatória em torno do território continental, e que tenderá a encher nos dias 2 a 3, impondo-se gradualmente uma crista anticiclónica que se estende desde a Europa Central até à Península Ibérica".

Assim, explicavam, no dia 1 de Novembro prevê-se a ocorrência de aguaceiros, mais frequentes durante a tarde, e que poderão ser ocasionalmente acompanhados de trovoadas, embora exista elevada incerteza na distribuição espacial e temporal da precipitação, assim como na sua intensidade.

Acrescentava-se ainda que, a partir de dia 2, "tendo em conta o actual cenário dos modelos de previsão, se prevê uma melhoria significativa do estado do tempo, existindo, no entanto, uma probabilidade entre 50% e 70% de ocorrência de aguaceiros no Algarve".


O estado do tempo e clima são conceitos diferentes. O tempo previsto para estes dias corresponde ao estado instantâneo da atmosfera em Portugal, definido através de variáveis meteorológicas como a temperatura, a precipitação, a humidade, ou a velocidade do vento. Já o clima consiste nos padrões registados ao longo de vários anos. Veja aqui mais sobre como os eventos meteorológicos no dia-a-dia podem (ou não) reflectir as alterações climáticas e como estas mudanças estão a intensificar os fenómenos meteorológicos extremos.

Notícia actualizada às 12h03

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