GNR e a PSP “não são racistas ou xenófobas”

“Basta observarem a diversidade e a multiculturalidade das fileiras” da PSP e GNR, sustentou a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, em declarações a propósito da morte de Odair Moniz.

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Manifestação promovida pelo movimento Vida Justa contra a violência policial e para reclamar justiça pela morte de Odair Moniz Nuno Ferreira Santos (arquivo)
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A ministra da Administração Interna afirmou esta quarta-feira que a GNR e a PSP "não são racistas ou xenófobas", sublinhando que nas suas fileiras as forças de segurança são compostas por uma "diversidade" e "multiculturalidade" de elementos.

"Ao contrário do que alguns proclamam, nós também sabemos que a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública não são, repito, não são racistas ou xenófobas", disse Margarida Blasco.

A ministra da Administração Interna, que falava em Castelo de Vide, aludia aos recentes episódios de violência que ocorreram na Área Metropolitana de Lisboa, após a morte de Odair Moniz por um agente da PSP.

"Sem prejuízo dos inquéritos em investigação e das suas conclusões, os episódios de violência da última semana, na Área metropolitana de Lisboa, ilustram bem o papel insubstituível dos nossos militares da Guarda e dos nossos agentes da Polícia de Segurança Pública", disse.

"Eu e o Governo sabemos que o ambiente de trabalho das forças de segurança é de elevada exigência e complexidade, sabemos que o seu escrutínio público é necessário e legítimo", acrescentou.

Para a governante, a PSP e a GNR "não actuam" em razão da origem, do sexo, da cor da pele, do credo, da religião ou de outra qualquer condição. "Para os mais distraídos, basta observarem a diversidade e a multiculturalidade das suas fileiras", acrescentou.

O Governo reúne-se esta quarta-feira com várias associações representativas das comunidades da área de Lisboa "para dialogar", encontro que surge na sequência dos incidentes que se seguiram à morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP na semana passada na Cova da Moura, na Amadora.

A reunião convocada pelo Governo juntará os ministros da Presidência, da Administração Interna e da Juventude e Modernização, bem como dirigentes das polícias (GNR e PSP), do Instituto Português do Desporto e da Juventude e da Agência para a Integração, Migrações e Asilo.

Questionada pelos jornalistas em relação a este encontro, Margarida Blasco espera que seja um encontro marcado por "uma conversa aberta", onde, "atentamente", vai escutar as propostas que as associações vão apresentar.

A ministra da Administração Interna destacou ainda o papel dos jornalistas, mas principalmente das forças de segurança na resposta aos incidentes que ocorreram na zona de Lisboa, após a morte de Odair Moniz. "É muito importante a comunicação social, é muito importante que se veja o trabalho que eles (forças de segurança) fizeram durante aquelas noites de violência, de desordem, de vandalismos, e lembremos o motorista do autocarro que ficou gravemente ferido", disse.