Sondagem: maioria quer Orçamento aprovado e viabilizado pelo PS

A sondagem da Cesop mostra que 76% dos inquiridos acreditam ser melhor para o país ter o Orçamento aprovado. Em caso de chumbo, dois terços dos inquiridos preferem um novo Orçamento.

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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos MIGUEL A. LOPES / LUSA
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O Orçamento do Estado (OE) para 2025 proposto pelo Governo deve ser aprovado e, para a maioria das pessoas, tanto o PS como o Chega devem viabilizar o documento. A conclusão é de uma sondagem de Outubro do Cesop para a RTP, a Antena 1 e o PÚBLICO, que indica, ainda assim, que há mais portugueses a defender que os socialistas devem deixar passar o Orçamento.

O inquérito do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa foi realizado entre 17 e 23 de Outubro, já depois de a proposta do Governo para o OE ser apresentada, de o líder do PS ter anunciado que proporia à direcção do partido a abstenção, dando, assim, a viabilização do documento por garantida (com a excepção do primeiro dia do inquérito) e de o Chega ter anunciado que vai votar contra. Foram entrevistadas 1025 pessoas, com uma margem de erro máximo de 3% e um nível de confiança de 95%.

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À pergunta "Tendo em conta o que sabe sobre este Orçamento, o que seria melhor para o país: a Assembleia da República aprovar ou rejeitar este Orçamento?", 76% dos inquiridos respondem que os deputados devem aprovar o documento. Apenas 13% consideram que o Parlamento deve rejeitar o OE, havendo 11% que não sabem ou não respondem.

Tendo em conta que, para o Orçamento ser viabilizado, o Governo minoritário da AD precisaria do PS ou do Chega, a sondagem questiona também qual deve ser a posição destes dois partidos. Uma grande maioria defende que o PS deve viabilizar o Orçamento: 79% dos inquiridos dizem que os socialistas devem "deixar passar" o documento, face a 12% que preferiam que o PS o rejeitasse. Nove por cento não sabem ou não dizem qual deve ser o sentido de voto do partido de Pedro Nuno Santos.

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Há menos entrevistados a defender que o Chega deve viabilizar o Orçamento, já que 57% respondem que deve "deixar passar". Mas, ainda assim, são a maioria face àquelas que querem que o Chega rejeite o Orçamento (22%). Praticamente o mesmo número de pessoas (21%) não sabe ou não responde sobre qual deve ser a posição do partido de André Ventura.

Montenegro fez "esforço maior" para aprovar

Depois de um processo de negociação do Orçamento que foi feito de forma pública e que incidiu, sobretudo, sobre a redução do IRC e do IRS Jovem, os portugueses consideram que foi Luís Montenegro quem fez "um esforço maior para procurar a aprovação". Sessenta e dois por cento escolhem o primeiro-ministro, ao passo que só 21% consideram que foi Pedro Nuno Santos, líder do PS, quem se esforçou mais para aprovar o documento, com 17% a não responderem.

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Apesar de considerarem que o PS deve viabilizar o OE e que o primeiro-ministro tem feito um esforço maior, os inquiridos responsabilizam o Governo por uma eventual crise, caso o Orçamento seja chumbado. Questionados sobre "quem é o principal responsável pela eventual crise política" que decorrer de "o Orçamento não passar na Assembleia", 37% escolhem o Governo, contra 31% que elegem o PS e 18% que colocam o ónus no Chega. Catorze por cento não sabem ou não respondem.

Nessa eventualidade, os inquiridos preferem que o Presidente da República permita ao Governo apresentar um novo Orçamento à Assembleia (67%). Só 29% indicam que Marcelo Rebelo de Sousa deve dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas e 4% não sabem ou não respondem.

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Metade das pessoas inquiridas considera ainda que o eventual chumbo do Orçamento não seria benéfico para os partidos, face a 39% que acreditam que teria benefícios (11% não se pronunciam). Sobretudo para o Chega (18%). Segue-se o PS, que 13% das pessoas assinalam que beneficiaria da rejeição e, no fim, a AD com 11%.

A sondagem incide também sobre as duas medidas que dominaram o debate orçamental até agora, a redução do IRC e o IRS Jovem, para perguntar aos portugueses "qual dos dois temas é mais importante para o país". Reduzir os impostos às empresas é mais relevante para os inquiridos (19%) do que reduzir os impostos aos jovens (16%), embora por pouco. Mas a maioria refere que "ambos devem ser reduzidos" (51%). Apenas 12% defendem que "nenhum deve ser reduzido sem outras contrapartidas" e 2% não deram resposta.

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