Plenário e greve afectam circulação em parte da rede Unir na quinta e segunda-feira

A Auto Viação Feirense “não cumpre com o contrato colectivo de trabalho e não paga devidamente aos trabalhadores”, diz o sindicato.

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Entre outras reivindicações avançadas pelos trabalhadores estão a subida do valor do subsídio de refeição Nelson Garrido
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Um plenário de trabalhadores da Auto Viação Feirense, na quinta-feira, e uma greve, na segunda-feira, irão afectar a rede Unir em Gaia e Espinho, podendo também impactar a operação a norte do Douro, segundo um dirigente sindical. "A motivação - para a greve - é uma decisão em plenário dos trabalhadores devido a reivindicações que foram feitas à empresa já há algum tempo, que consistem na empresa cumprir com aquilo que tem de cumprir", disse à Lusa o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) para as regiões Centro e Norte, Hélder Borges.

De acordo com o sindicalista, a Auto Viação Feirense, que opera no lote 4 da rede Unir (Vila Nova de Gaia e Espinho) através da subsidiária Transportes Beira Douro, e está subcontratada para operar parte do lote 2 (Gondomar, Paredes, Santo Tirso e Valongo), "não cumpre com o contrato colectivo de trabalho e não paga devidamente aos trabalhadores".

Na quinta-feira já haverá um plenário de trabalhadores a partir das 06:00, condicionando o serviço, e que deverá confirmar a greve a realizar na próxima segunda-feira, de acordo com o dirigente sindical. "As condições de trabalho estão a degradar-se de dia para dia, em termos de manutenção de viaturas e limpeza das viaturas. A pressão sobre os trabalhadores é cada vez maior", disse à Lusa Hélder Borges.

O dirigente sindical refere que, para cumprirem os horários, "os trabalhadores andam até a pôr em causa a segurança rodoviária, os serviços ficam por fazer porque não há condições para os fazer", pedindo melhor organização das escalas. "Foi-nos transmitido pela empresa que estão a cumprir cerca de 40% dos serviços. É uma vergonha. Metade dos serviços ficam por fazer", disse o sindicalista.

Segundo o sindicalista, "depois, os trabalhadores são pressionados pelos utentes pelos atrasos" e "quem ouve é o trabalhador", pois "é claro que se o autocarro vai atrasado, o utente vai pôr o problema ao trabalhador". Contactada pela Lusa, fonte oficial da Feirense negou, considerando que os números avançados pelo sindicato "são disparatados". "Lutamos todos os dias para fazer 100% de serviço. Desde que os trabalhadores cumpram o seu serviço, a empresa faz 100%", vincou a mesma fonte, admitindo que "pontualmente há um trabalhador que pode ou incumprir, ou avisar em cima da hora que vai incumprir", condicionando o serviço.

Entre outras reivindicações avançadas pelos trabalhadores estão a subida do valor do subsídio de refeição, actualmente em 5,5 euros, e a redução do tempo de intermitência (tempo de pausa entre serviços) de três para duas horas. "Os trabalhadores não têm uma casa de banho digna para estar, não têm uma sala de refeições, estão a viver 10 e 12 trabalhadores numa casa, trabalhadores imigrantes, a empresa está a cobrar dinheiro a esses trabalhadores", disse ainda o dirigente sindical.

Fonte da empresa rejeitou qualquer "obrigação" de dar providenciar habitação aos trabalhadores, negando que haja "excesso de lotação das casas". Já sobre as reivindicações relativas à limpeza das viaturas, ao subsídio de alimentação e ao horário de intermitência, fonte da Feirense referiu que tal está estabelecido no contrato colectivo de trabalho (CCT) e deve ser negociado com a associação do sector, a Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP). A empresa questiona o sindicato se o CCT "serve para umas coisas e não serve para outras".