Aumento dos despedimentos colectivos é “preocupante”, diz ministra

Nos primeiros oito meses deste ano, 318 empresas avançaram com processos de despedimento colectivo que abrangeram 4190 trabalhadores. Governo “está a acompanhar” a situação.

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Maria do Rosário Palma Ramalho diz que o Governo está a acompanhar situação de aumento dos despedimentos colectivos Catarina Póvoa
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A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considera que o aumento do número de trabalhadores abrangidos por despedimentos colectivos é preocupante e assegura que o Governo "está a acompanhar" a situação. "É evidentemente preocupante. Os despedimentos colectivos são sempre preocupantes", afirmou Maria do Rosário Palma Ramalho, à margem da conferência comemorativa do 46.º aniversário da UGT, na Costa da Caparica.

Nos primeiros oito meses deste ano, 318 empresas avançaram com processos de despedimento colectivo que abrangeram 4190 trabalhadores, dos quais 3929 foram efectivamente despedidos, segundo os dados Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), avançados pelo Diário de Notícias.

Estes dados demonstram que o número de pessoas alvo de despedimentos colectivos até Agosto deste ano já superou o total de 2023. No ano passado, houve 431 empresas a comunicarem despedimentos colectivos envolvendo 3819, das quais 3622 foram efectivamente despedidas.

A governante indica ainda que o Governo teve acesso a estes dados "há poucos dias" e está a "acompanhar esse movimento".

Questionada sobre os eventuais impactos que o encerramento de, pelo menos, três fábricas da Volkswagen poderão ter em Portugal, nomeadamente devido à Autoeuropa, a ministra do Trabalho indica que "até agora" a fábrica de Palmela "Autoeuropa tem resistido a situações de flutuação de mão-de-obra no grupo" e adianta que "especificamente em relação a esta situação" não teve nenhum contacto por parte da fábrica. "Mais uma vez vamos monitorizar", sublinhou.

Já o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) disse que o aumento dos despedimentos colectivos significa que o eixo franco-alemão está "a dar sinais de fadiga". "Significa que as encomendas que são feitas às empresas portuguesas não estão a acontecer e isso está a provocar uma adaptação dentro daquilo que é a sua capacidade normal", explica Armindo Monteiro, aos jornalistas, à margem da conferência da UGT.

Ainda assim, o presidente da CIP acredita que esta situação irá normalizar-se e as encomendas vão voltar a crescer, lembrando que o mercado de trabalho vai "continuar a precisar de pessoas". "É sempre um motivo de preocupação", corrobora o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, sinalizando também que o país tem "uma taxa de desemprego bastante baixa".

A preocupação é partilhada pelo secretário-geral da UGT que diz também ter conhecimento de "sectores que estão a dispensar trabalhadores", dando como exemplo o sector do turismo e o da restauração.

Também o presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP) admite que, apesar, de não se estar "num período de contracção global da economia" há sectores que "têm problemas", o que conduz a "despedimentos e encerramentos de empresas". Também à margem da conferência da UGT, João Vieira Lopes dá o exemplo do vestuário e do calçado.