Mais três falsos inspectores da PJ detidos por roubo de centenas de milhares de euros

Grupo criminoso equipado com coletes e crachás da Judiciária simulava buscas e subtraía aos visados dinheiro, ouro e relógios, alegadamente apreendidos num processo judicial.

Foto
PJ já deteve cinco falsos inspectores Daniel Rocha
Ouça este artigo
00:00
02:28

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta segunda-feira a detenção de mais três homens, com idades entre os 21 e os 47 anos, que se faziam passar por inspectores da PJ e terão “apreendido” com essa capa centenas de milhares de euros em dinheiro, ouro, relógios, telemóveis e outros objectos.

Os três homens agora detidos (um com 21 anos, outro com 30 e outro com 47 anos) foram já presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Guimarães, tendo um deles ficado em prisão preventiva e dois, os mais novos, sujeitos à obrigação de apresentações periódicas bissemanais às autoridades locais e proibidos de contactos.

O grupo criminoso, do qual dois alegados membros foram detidos em Setembro passado, utilizava autorizações judiciais contrafeitas e apresentava-se devidamente equipado com coletes, crachás e outra indumentária típica da Judiciária, “evidenciando algum profissionalismo e confiança”, sublinha a PJ. O núcleo central do grupo seria composto pelos dois suspeitos detidos em Setembro, que também se encontram em prisão preventiva.

“Através desta actividade delituosa, os homens enriqueceram ilegitimamente em centenas de milhares de euros, contabilizando-se da sua acção a subtracção de dinheiro, ouro, relógios, aparelhos telemóveis, bem como outros objectos e documentos”, lê-se na nota da Judiciária.

Os detidos são suspeitos dos crimes de burla qualificada, associação criminosa, sequestro, usurpação de funções e falsificação ou contrafacção de documentos.

A investigação teve início a 25 de Junho passado quando foi reportado à PJ que um grupo, se fez passar por inspectores da PJ, simulou uma busca na residência e numa empresa de um empresário de Fafe. Nessa altura, simularam a “apreensão de ouro, relógios, documentos e dinheiro, cujo valor ultrapassou largamente os cem mil euros”.

No decurso da investigação, que está a cargo do Departamento de Investigação Criminal de Braga, e da partilha de informações com a Directoria do Norte da PJ e com a Guarda Nacional Republicana, “vieram a ser contabilizados factos delituosos análogos em vários concelhos da zona norte do país, que foram sucedendo nas semanas seguintes”.

Na sequência desse trabalho, foi identificado um grupo que apresenta um vasto passado criminal neste tipo de ilícitos e de outros, tendo até sido condenados e cumprido penas de prisão noutros processos.

A investigação, inicialmente titulada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Fafe e posteriormente pelo DIAP de Guimarães, recorreu a meios especiais de obtenção de prova, tendo implicado a realização de várias buscas domiciliárias e não domiciliárias.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários