Montenegro e Pedro Nuno Santos são os únicos líderes com avaliação positiva

Mariana Mortágua é a única líder partidária que vê a sua popularidade cair. Ventura é o mais conhecido, mas o pior classificado. Marcelo Rebelo de Sousa regressa a terreno positivo, seis meses depois.

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Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro são os únicos líderes partidários a receber uma avaliação positiva dos eleitores Nuno Ferreira Santos
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As cedências na negociação do Orçamento do Estado para 2025 entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos não beliscaram a popularidade destes líderes partidários. Pelo contrário. O primeiro-ministro e o líder do maior partido da oposição são os únicos líderes partidários a conseguirem uma avaliação positiva (com Montenegro à frente). Numa avaliação média na escala de 0 a 20 valores, o primeiro-ministro e presidente do PSD consegue chegar aos 12 valores, recolhendo a avaliação positiva da maioria dos entrevistados (79%) e registando níveis de aprovação que superam até os de Marcelo Rebelo de Sousa, antes visto como o político mais popular do país.

Os dados usados na sondagem do Cesop – ​Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 foram recolhidos depois de Pedro Nuno Santos ter anunciado que defendia a abstenção da bancada do PS na votação do OE2025 (com a excepção do primeiro dia em que decorreu o inquérito). A decisão, aparentemente, não lhe terá pesado na popularidade, embora o PS tenha recuado nas intenções de voto. Em Julho de 2024, o líder do PS era avaliado negativamente (9,6 valores) por 40% dos eleitores. Agora, ultrapassada a novela orçamental, Pedro Nuno Santos está em terreno positivo, com 10,4 valores.

Comparativamente aos dados recolhidos na última sondagem, quase todos os líderes partidários vêem a sua popularidade crescer, registando-se apenas uma excepção: Mariana Mortágua. A coordenadora do BE é a única líder partidária que vê a sua avaliação cair de 8,3 para 7,9 valores.

Ainda assim, a líder bloquista consegue um melhor resultado do que o líder comunista: Paulo Raimundo é o mais impopular, à esquerda e à direita. Na ala à esquerda do PS, a melhor avaliação mantém-se no Livre, com Rui Tavares a conseguir uma avaliação média de 9 valores. Já à direita, atrás de Montenegro, mantém-se o líder da Iniciativa Liberal, com 9,2 valores. Embora seja o terceiro líder partidário com melhor avaliação, Rui Rocha é, simultaneamente, o nome menos reconhecido: apenas 69% dos inquiridos sabem quem é, perpetuando um problema que a IL poderá querer resolver no seu próximo conclave electivo.

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O oposto acontece com André Ventura. O líder do Chega é o líder partidário mais reconhecido (mais até do que o primeiro-ministro, com 99% contra 98%), mas não consegue capitalizar esse reconhecimento em aprovação. Se quase todos reconhecem o nome do fundador do Chega, apenas 37% dos eleitores lhe dão nota positiva, o que não lhe permite ir além de uma avaliação média de 7,1 valores.

Sobra Inês de Sousa Real, líder do PAN, que conseguiu aumentar a sua visibilidade e aprovação para 7,5 valores.

Marcelo recupera

Quase um ano depois das primeiras notícias em torno do caso das gémeas, Marcelo Rebelo de Sousa conseguiu recuperar parte da sua popularidade. Numa avaliação média na escala de 0 a 20 valores, a maioria dos inquiridos (67%) atribui a Marcelo 10,1 valores. Embora regresse a terreno positivo, os números estão muito longe da avaliação que os portugueses fizeram no arranque do primeiro mandato, quando 97% avaliavam positivamente o novo Presidente da República.

Desde então (e duas dissoluções do Parlamento depois), a popularidade de Marcelo foi descendo — embora até Julho de 2023 tenha tido sempre avaliações médias positivas. Em Maio de 2024, quando o chefe de Estado entrou em terreno negativo pela primeira vez (seis meses depois do caso das gémeas e na sequência de crises políticas). Agora, e com um Presidente da República mais silencioso, há sinais de melhoria.

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Embora Marcelo Rebelo de Sousa esteja longe dos 16,3 de avaliação média em 2016, a sua avaliação continua a ser significativamente mais elevada do que a avaliação que a população fazia de Aníbal Cavaco Silva. Na mesma fase do seu segundo mandato, o anterior Presidente recolhia apenas 46% de avaliações positivas e a sua classificação rondava os 7,6 valores.

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