Climáximo cola cartazes de protesto na sede da Galp

Grupo colou imagem da presidente do conselho de administração em protesto contra os efeitos do “negócio dos combustíveis fósseis” no ambiente. Acção ocorreu no dia em que Galp divulgou resultados.

Foto
Protesto do movimento climático Climáximo na sede da Galp, em Lisboa CLIMÁXIMO
Ouça este artigo
00:00
02:13

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Elementos do movimento Climáximo colaram esta manhã cartazes na sede da Galp, em Lisboa, com a imagem da presidente do conselho de administração, Paula Amorim, em protesto contra os efeitos do "negócio dos combustíveis fósseis" no ambiente.

Em comunicado, o movimento explica que a acção ocorreu ao início da manhã, no dia em que a Galp divulgou os resultados dos primeiros nove meses do ano. "Procura-se a criminosa família Amorim pelo assassinato por calor extremo de 50 mil pessoas na Europa só este Verão, e por deslocar e condenar à morte milhares de pessoas", lê-se num dos cartazes.

A porta-voz do protesto, citada em comunicado, afirma: "os donos disto tudo enchem os bolsos com fortunas milionárias à custa das nossas vidas. Sabem que estão a levar-nos ao colapso social e climático e atiram-nos areia para os olhos enquanto constroem os seus bunkers".

"O negócio dos combustíveis fósseis, levado a cabo por empresas como a Galp e com o aval dos governos, é a principal causa das catástrofes climáticas - incêndios, cheias, furacões, tempestades - a que temos assistido e que têm destruído a vida de milhares de pessoas", refere o movimento.

O Climáximo cita ainda um estudo da Universidade de Harvard, de 2021, que indica que uma em cada cinco mortes a nível global são provocadas pela queima de combustíveis fósseis. "A Galp tem de ser desmantelada e o dinheiro que fez com a destruição — tal como o dos accionistas ultra-ricos e da família Amorim — tem de ser utilizado para garantir uma transição energética justa", acrescenta a porta-voz do protesto.

Na nota divulgada, o colectivo Climáximo convida todas as pessoas a participarem na acção "Parar Enquanto Podemos", agendada para o dia 23 de Novembro, altura em que estarão a ser fechadas as discussões na Conferência das Nações Unidas pelo Clima (COP29) assim como do Orçamento de Estado (OE) para 2025.

A Galp fechou os primeiros nove meses deste ano com um lucro de 890 milhões de euros, um aumento de 24% face ao mesmo período de 2023, indicou a petrolífera em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No mesmo período, o grupo registou um EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) de 2.609 milhões de euros, menos 8% do que no período homólogo.