D. José Ornelas diz que sínodo mantém aberta a discussão sobre o papel das mulheres na Igreja

A questão da participação das mulheres foi um dos pontos que geraram mais debate no encontro de Roma (95 votos contra e 258 a favor), apontando para uma maior responsabilidade das mulheres na Igreja.

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O Papa Francisco celebrou este Domingo em Roma uma missa para assinalar o encerramento do Sínodo FABIO FRUSTACI / EPA
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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Ornelas, afirmou que o sínodo, a assembleia de bispos e leigos, manteve aberta a discussão sobre o papel das mulheres na Igreja Católica.

O sínodo, a assembleia de bispos e leigos de todo o mundo reunida no Vaticano, terminou no sábado com um documento com as conclusões da reunião validado pelo Papa Francisco, em que, segundo a agência espanhola Efe, a questão da participação das mulheres foi um dos pontos que geraram mais debate (95 votos contra e 258 a favor), apontando para uma maior responsabilidade das mulheres na Igreja.

O documento "diz claramente" que a discussão em torno do papel das mulheres na Igreja Católica "continua aberta", disse o também bispo de Leiria-Fátima, em declarações à agência Ecclesia, no sábado, à saída da última reunião do sínodo, e enviadas este domingo de manhã às redacções pelo Gabinete de Comunicação da Conferência Episcopal Portuguesa.

Para D. José Ornelas, "tem de ser assim", considerando que o que não faria sentido seria dizer "que isto não tem discussão". "Hoje, a percepção que a gente tem destas coisas é diferente da de ontem e amanhã vai ser diferente da de hoje. Portanto, nós temos de estar abertos, escutando-nos uns aos outros e, juntos, escutando a voz de Deus", sublinhou. Esse "é o caminho a seguir", defendeu, salientando que o documento é também "uma profecia para este mundo".

D. José Ornelas saudou também o debate "mais aceso" em alguns pontos do documento, considerando que esse é "um bom sinal", de que a Igreja está "de saúde", e que, ao mesmo tempo, sabe encontrar "caminhos de convergência e de criação de novidade". O documento aponta também para a necessidade de a Igreja se "revigorar", para que possa "contar com todos os seus membros, e não simplesmente com alguns, para programar, prever, sonhar e realizar o seu futuro".

Com o documento aprovado no sábado, o presidente da CEP considera que o caminho começa agora, sendo necessário "transformar as palavras em gestos e em atitudes". "O sínodo não terminou hoje [sábado]. A fase decisiva começa hoje", disse.