Nel da Lão, o senhor dos robalos, só pesca qualidade: o peixe de anzol

Em dias de feição pode lançar mil anzóis e apanhar mais de 100 quilos. “Mas nem sempre dá, já tive dias de não trazer nada”, conta o pescador de Castelo de Neiva.

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Manuel Fernando Silva (Nel da Lão) com o filho Guilherme, com quem emparceira no barco Adriano Miranda
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Parecem galos de cristas ao alto. Alinhados na duna com as suas proas coloridas voltadas ao mar, os barcos da pesca artesanal de Castelo de Neiva são o espelho do orgulho dos pescadores locais na sua actividade. Gente de pele salgada que teima em manter a tradição da grande pesca, essa vida de harmonia e comunhão com o mar que há 100 anos, em Os Pescadores, Raul Brandão considerava já condenada a desaparecer. “A grande pesca, para nós, quase acabou. Outros a vão fazendo, rapando o fundo do mar, sem que ninguém os trave”, lamentava. “Cultivar o mar é uma coisa — é ofício de pescadores; explorar o mar é outra coisa — é ofício de industriais”, acabando com a pesca e os pescadores, que “perderam todos os seus costumes, arruinados e fugindo para o Brasil e para África”.

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