Gaza: Israel acusa repórteres da Al-Jazeera de serem membros do Hamas

O Exército israelita identificou seis repórteres da Al-Jazeera como sendo membros do Hamas. O canal qatari acusa Israel de tentativa de silenciar jornalistas na região.

Foto
Sede da Al-Jazeera em Doha, Qatar NASEEM ZEITOON / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
01:57

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Seis palestinianos em Gaza, repórteres da Al-Jazeera, foram acusados pelo Exército israelita de serem membros do Hamas e da Jihad islâmica. O órgão de comunicação do Qatar rejeitou as acusações e acredita que se trata de uma tentativa de silenciar os jornalistas no enclave.

“A Al-Jazeera condena as acusações israelitas contra os seus jornalistas em Gaza e adverte contra o facto de estas serem uma justificação para os atingir”, afirmou o canal em comunicado.

Os militares israelitas publicaram documentos, alegadamente encontrados em Gaza, que apontam para uma ligação dos repórteres com os grupos mencionados. A Reuters ainda não conseguiu verificar a autenticidade dos documentos.

Israel afirmou, ainda, que os documentos incluíam listas feitas pelo Hamas e Jihad Islâmica que continham detalhes pessoais, salários e cursos de formação de militantes, listas telefónicas e relatórios de ferimentos. “Estes documentos servem como prova da integração dos terroristas do Hamas na rede de comunicação Al-Jazeera do Qatar”, afirmou o Exército.

A Al-Jazeera disse que “o canal vê estas acusações fabricadas como uma tentativa flagrante de silenciar os poucos jornalistas que restam na região, obscurecendo as duras realidades da guerra para as audiências em todo o mundo”.

Há muito que Israel acusa a Al-Jazeera de ser um porta-voz do Hamas e, no ano passado, as autoridades israelitas ordenaram o encerramento das suas operações por razões de segurança. Foram feitas rusgas às instalações e confiscaram equipamentos.

A Al-Jazeera afirmou que as acções israelitas contra o canal eram criminosas, draconianas e irresponsáveis e que as últimas alegações faziam “parte de um padrão mais amplo de hostilidade” contra o meio de comunicação.

O canal afirma não ter qualquer afiliação com grupos militantes e acusou as forças israelitas de terem assassinado deliberadamente vários dos seus jornalistas na guerra de Gaza, incluindo Samer Abu Daqqa e Hamza AlDahdooh. Israel, contudo, afirma que não tem como alvo os jornalistas.