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Falso piloto da TAP dá golpe em dezenas de brasileiros. Empresa faz denúncia à polícia
Dezenas de pessoas foram lesadas. Homem se dizia piloto e andava com uniforme da TAP pelo Aeroporto de Lisboa. Influencers disseminavam nas redes sociais bilhetes a preços muito abaixo dos reais.
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Um homem se passou por piloto da empresa aérea TAP para dar golpes na venda de passagens em Portugal. Helmar Fernando Correia enganou dezenas de brasileiros, que viram o sonho de visitar parentes no Brasil se transformar em pesadelo, pois não conseguiram viajar e ainda perderam todo o dinheiro. O esquema liderado por ele se propagou pelas redes sociais, por meio de vários influencers, que prometiam bilhetes a valores muito inferiores aos praticados pela empresa.
Questionada pelo PÚBICO Brasil, a TAP informou, por meio de nota, que apresentou queixa criminal contra o falso piloto. “A TAP Air Portugal não teve qualquer relação contratual com o visado, logo, o mesmo não teve acesso a quaisquer meios que lhe permitissem vender bilhetes fora do circuito convencional. E, sim, confirma-se que a TAP apresentou queixa formal criminal. A companhia aconselha a que a aquisição de bilhetes seja sempre feita ou diretamente à TAP ou através de agentes de viagens certificados.”
Correia havia trabalhado, por um ano, para uma empresa que presta serviços ao Aeroporto de Lisboa, a Groundforce, que também registrou boletim de ocorrência contra o brasileiro. A polícia investiga, agora, como o acusado montou a rede de venda de passagens aéreas e ostentou, por tempos, crachás da TAP e de livre circulação no aeroporto. A Polícia de Segurança Pública (PSP), em Setúbal, apura, ainda, denúncia feita por uma das pessoas lesadas, de que foi ameaçada com uma arma pelo falso piloto.
Procurado pelo PÚBLICO Brasil, Correia não foi encontrado. À rede de televisão SIC, disse que o esquema montado por ele usava passagens baratas encontradas na internet, que eram revendidas aos interessados, mas, na maioria das vezes, não existiam. Bilhetes de ida e volta para o Brasil eram ofertados pelo falso piloto, em média, por 600 euros (R$ 3,6 mil), quando, oficialmente, saem por mais de mil euros (R$ 6 mil). Uma das vítimas dele, Michelle Silveira, só conseguiu trazer os filhos do Brasil para Portugal com a ajuda da Associação dos Pilotos da Aviação Civil.
Todo cuidado é pouco
Segundo a Serasa Experian, empresa que monitora indicadores de inadimplência no mercado de crédito, os consumidores devem ficar muito atentos a quaisquer facilidades oferecidas, seja na internet, seja por telefone ou pessoalmente. Deve-se questionar tudo o que pareça muito fácil e barato. No caso de passagens aéreas, há quatro verbos para se identificar golpes: pesquisar, desconfiar, analisar e monitorar.
A empresa alerta que, com a difusão das redes sociais, os consumidores são submetidos a todo tipo de oferta, que chegam repentinamente. Muitos acabam ficando interessados e começam a negociar. Mas uma oferta direta de passagem aérea emitida, por exemplo, pode ter sido comprada com milhas ou cartão de crédito roubados. Portanto, se parecer bom demais para ser verdade, provavelmente, é golpe.
Os técnicos da Serasa afirmam que é comum os consumidores se empolgarem ao se deparar com bilhetes aéreos muito baratos. No entusiasmo, deixam de fazer questionamentos importantes. Sequer checam quem está fazendo a oferta, se uma pessoa física, se uma empresa, se tem site oficial. Pior, não conferem se os dados da conta indicada para pagamento conferem com os do vendedor. Para não cair em armadilhas, a conduta preventiva é a melhor forma de garantir uma compra segura. Se o golpe, infelizmente, se consumou, o melhor caminho é registrar a ocorrência na polícia.
Esta matéria foi atualizada corrigir a informação, inclusive do título, de que o falso piloto tem nacionalidade brasileira. Na verdade, ele deu golpe em dezenas de brasileiros.