Montenegro diz que revisão das aulas de Cidadania interessa aos portugueses
Primeiro-ministro defende que intenção do Governo passa por “tentar trazer para a agenda da discussão pública aquilo que interessa à vida das pessoas”.
O primeiro-ministro considerou nesta segunda-feira que a revisão dos conteúdos da disciplina de Educação para a Cidadania, anunciada no encerramento do 42.º Congresso do PSD, em Braga, faz parte da defesa "das bandeiras que interessam à população portuguesa".
Em Ourém, no distrito de Santarém, onde inaugurou duas unidades de saúde e o edifício de uma junta de freguesia, Luís Montenegro afirmou que o Governo está "a defender as bandeiras que interessam à população portuguesa", recusando estar a ir atrás de uma reivindicação do Chega sobre o programa de Educação para a Cidadania.
"Cidadania, antes de mais, é serviço público, e é o que estamos a fazer aqui hoje, com a inauguração destas duas unidades de saúde e também com um novo equipamento físico da Junta de Freguesia de Caxarias", disse o primeiro-ministro, que desvalorizou as reacções críticas à intenção de alterar os conteúdos da disciplina.
"O conceito de dimensão da crítica nem sempre tem uma correlação entre aquilo que se diz na esfera pública e aquilo que sente o povo português. Mas não estou muito preocupado com isso", acrescentou.
Montenegro realçou que a intenção do Governo é "resolver os problemas das pessoas" e, para isso, "tentar trazer para a agenda da discussão pública aquilo que interessa à vida das pessoas".
"O país constrói-se dia a dia com o esforço de muita gente e constrói-se com ambição, com projecto, com esperança, e os poderes públicos têm de acompanhar esse ritmo: é isso que fazemos todos os dias, estar ao lado das pessoas, servir o interesse das pessoas", concluiu.
No encerramento do congresso do PSD, Luís Montenegro anunciou a intenção de o Governo rever os programas do ensino básico e secundário, incluindo a disciplina de Educação para a Cidadania.
"Vamos reforçar o cultivo dos valores constitucionais e libertar esta disciplina das amarras a projectos ideológicos ou de facção", prometeu, naquela que foi a passagem mais aplaudida do seu discurso final.