Parlamento do Vietname escolhe militar para Presidente do país
General Luong Cuong eleito por unanimidade pela Assembleia Nacional vietnamita. Sucede a To Lam, que assumiu o cargo de secretário-geral do Partido Comunista do país asiático.
Luong Cuong, general e ex-director do Departamento Geral de Política do Exército do Povo do Vietname foi eleito nesta segunda-feira Presidente do país asiático.
Os 440 deputados que participaram na votação realizada na Assembleia Nacional vietnamita votaram todos a favor do nome proposto para suceder a To Lam, que ocupava o cargo de forma interina desde Maio e que detém, desde Agosto, o mais importante posto de secretário-geral do Partido Comunista (PCV).
A escolha do militar de 67 anos para a presidência pretende trazer alguma estabilidade à política interna vietnamita, abalada por sucessivos escândalos de corrupção, que derrubaram dois presidentes (Nguyen Xuan Phuc e Vo Van Thuon) em menos de dois anos e que atingiram empresários e outras figuras influentes do país.
Cuong também é membro permanente do secretariado do PCV e faz parte do Politburo, o órgão que define e orienta toda a política do Governo.
Citado pela Reuters, o general dedicou parte do seu primeiro discurso como Presidente comprometendo-se a desenvolver e a aumentar as capacidades defensivas do Vietname e a dar seguimento a uma política externa multilateral.
Ideologicamente próximo da China e dependente do armamento russo, o Vietname também tem boas relações, principalmente económicas, com os Estados Unidos.
Apesar de o secretário-geral do PCV ser o cargo político mais importante no Vietname, o Presidente desempenha um papel muito relevante no que toca à política externa.
To Lam, por exemplo encontrou-se com Joe Biden (Presidente dos EUA), Xi Jinping (Presidente da China) e Vladimir Putin (Presidente da Rússia) no espaço de apenas seis meses, quando ocupava o cargo interinamente.
O ex-Presidente assumiu em Agosto o cargo de secretário-geral do PCV após a morte de Nguyen Phu Trong, um mês antes.
Este último foi o responsável pela enorme campanha anti-corrupção dentro do partido, lançada em 2017, que atingiu cerca de 200 mil membros, incluindo Nguyen Xuan Phuc, Vo Van Thuon e um antigo presidente da Assembleia Nacional.
O crescimento económico considerável do Vietname na última década, fruto da abertura do seu mercado ao exterior, não foi, ainda assim, acompanhado por uma abertura democrática.
O PCV é o partido único num país que não realiza eleições livres e cujas autoridades são acusadas por organizações como a Human Rights Watch de violações continuadas de direitos humanos.