A duas semanas das eleições, Harris e Trump estão empatados nos sete estados decisivos

Sondagem Washington Post-Schar School realizada nos chamados “swing states” mostra os candidatos numa corrida taco a taco e com pequenas vantagens dentro da margem de erro.

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Donald Trump e Kamala Harris no único debate entre os dois candidatos, em Setembro REUTERS/Brian Snyder
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A duas semanas das eleições presidenciais nos Estados Unidos, a vice-presidente Kamala Harris e o ex-Presidente Donald Trump estão praticamente empatados nos sete estados decisivos os “swing states entre uma parte crítica do eleitorado, cujos votos a 5 de Novembro irão provavelmente determinar quem será o próximo Presidente dos EUA.

Uma sondagem do Washington Post-Schar School junto de mais de cinco mil eleitores registados, realizada na primeira quinzena de Outubro, revela que 47% dos inquiridos afirmam que apoiarão definitiva ou provavelmente Harris, enquanto 47% afirmam que apoiarão definitiva ou provavelmente Trump. Entre os prováveis eleitores, 49% apoiam Harris e 48% apoiam Trump.

A candidata do Partido Democrata lidera entre os prováveis eleitores na Georgia, com 51% a 47%, enquanto o candidato do Partido Republicano está ligeiramente à frente no Arizona, com 49% a 46%. Ambos os resultados estão dentro da margem de erro de 4,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. Kamala Harris, que se tornou a candidata democrata depois de o Presidente Joe Biden sair da corrida em Julho após uma prestação desastrosa no debate com Donald Trump, também detinha uma vantagem na Pensilvânia, Michigan e Wisconsin três estados onde Harris fará campanha nesta segunda-feira com a ex-congressista republicana Liz Cheney.

Trump liderava na Carolina do Norte e estava empatado com Harris no Nevada, 48% a 48%, de acordo com a sondagem. O ex-Presidente fará um comício na Carolina do Norte nesta segunda-feira, depois de inspeccionar os recentes danos causados pelo furacão Helene. Trump, de 78 anos, protagoniza a sua terceira candidatura consecutiva à Casa Branca, depois de perder para Biden em 2020 e de ter ganhado em 2016 contra Hillary Clinton.
O ex-Presidente continua a atribuir falsamente a sua derrota à fraude eleitoral generalizada e enfrenta acusações criminais federais e estaduais por esforços para anular os resultados das eleições, entre outras acusações.

Harris, de 60 anos, é uma antiga procuradora de São Francisco, procuradora-geral da Califórnia e senadora dos EUA que procura reconstruir a coligação diversificada do partido de jovens eleitores, mulheres e pessoas de cor, bem como atrair alguns republicanos desiludidos com Trump.

Dois grupos de eleitores têm atraído uma atenção significativa na fase final da campanha: hispânicos e negros. Entre os hispânicos, Harris está a ter um desempenho ligeiramente pior nestes sete estados do que Biden teve há quatro anos entre os eleitores hispânicos em todo o país. A vice-presidente está à frente de Trump por 22 pontos em todos os sete estados entre os eleitores registados, em comparação com a margem nacional de Biden entre 25 e 33 pontos contra Trump, de acordo com as sondagens à boca de urna de 2020, realizado pela AP VoteCast e o estudo de eleitores validados da Pew.

Mas em dois dos estados com percentagens mais elevadas de eleitores hispânicos, está praticamente empatada com Biden em 2020. Harris lidera por 24 pontos entre os eleitores hispânicos no Arizona e 16 pontos no Nevada. Ambos estão mais ou menos no mesmo nível das vantagens de Biden nesses estados há quatro anos, de acordo com sondagens à boca de urna e outras estimativas pós-eleitorais.

Harris lidera por uma margem de 82 a 12 por cento entre os eleitores negros nesses sete estados decisivos, uma margem de 70 pontos que é ligeiramente menor do que a vantagem nacional de Biden entre os eleitores negros há quatro anos.

Os eleitores negros representam um terço do eleitorado na Georgia e cerca de um quinto na Carolina do Norte. A sondagem revela que Harris tem um apoio ligeiramente maior entre os eleitores negros na Georgia (83%) do que na Carolina do Norte (78%). Nos estados do Norte Pensilvânia, Michigan e Wisconsin 85% dos eleitores negros apoiam Harris, para quem será decisivo garantir uma forte participação dos negros nas cidades de Detroit, Filadélfia e Milwaukee.

A divisão do eleitorado é também visível em termos de género. Harris lidera entre os eleitores do sexo feminino nos “swing states” por sete pontos, enquanto Trump lidera entre os homens pela mesma percentagem. A divisão é maior entre os eleitores mais jovens, com as mulheres com menos de 30 anos a favorecerem Harris por 20 pontos, enquanto os homens com menos de 30 anos favorecem Trump por 15 pontos.

As conclusões da pesquisa do Washington Post e da Escola Schar de Política e Governo da Universidade George Mason ecoam outras sondagens recentes que mostram uma corrida renhida nos sete estados decisivos antes da eleição de 5 de Novembro, mesmo que Harris tenha uma vantagem em todo o país, de acordo com algumas dessas sondagens. Entre os eleitores registados, a sondagem Reuters/Ipsos da semana passada revelou que Harris mantém uma vantagem marginal e estável de 45% a 42% sobre Trump.

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