Operação ibérica desmantela rede de lanchas rápidas e tráfico de droga
Foram detidas 28 pessoas suspeitas de estarem ligadas a uma rede de construção de lanchas para tráfico de droga que operava em Espanha e Portugal. Também foram apreendidos 23 quilos de heroína.
Vinte e oito pessoas foram detidas numa operação para desmantelar uma rede de construção de lanchas rápidas para tráfico de droga que operava na Galiza e em Portugal, tendo também sido apreendidos 23 quilos de heroína.
Num comunicado divulgado esta sexta-feira, o Ministério do Interior espanhol (equivalente ao Ministério da Administração Interna português) detalhou que a rede foi desmantelada numa operação iniciada na madrugada de 2 de Outubro, durante a qual agentes espanhóis e portugueses realizaram, conjuntamente, 19 buscas nas províncias de Pontevedra e da Corunha e em locais portugueses não especificados, tendo detido 14 pessoas.
Posteriormente, foram detidas outras 14 pessoas que, alegadamente, integravam a organização criminosa suspeita de tráfico e contrabando de drogas.
Na operação participaram funcionários da Agência Tributária, da Guarda Civil e da Polícia Nacional, bem como elementos das polícias portuguesas.
Segundo a agência noticiosa espanhola Efe, a investigação começou no final de 2022, quando as autoridades obtiveram indícios de uma organização estruturada dedicada à construção de barcos e que lhes permitia "introduzir grandes quantidades de substâncias estupefacientes" nos dois países.
A organização dispunha de várias instalações para o fabrico deste tipo de embarcações de alta velocidade, entre as quais um armazém no concelho de Sanxenxo, em Pontevedra, e outro no concelho da Ilha de Arousa, que ainda está em fase de construção.
Além disso, a rede dispunha de armazéns industriais no Norte de Portugal para concluir a construção dos barcos, que equipavam com motores potentes.
A Efe adianta que os investigadores dos dois países "conseguiram impedir o lançamento de duas embarcações de alta velocidade (EAV), a primeira delas em Setembro de 2023, quando ia ser lançada ao rio Minho, perto de Lanhelas, Caminha, e a segunda a 1 de Fevereiro de 2024, desta vez na localidade de Moguer (Huelva)".
A investigação, coordenada por tribunais de Espanha e de Portugal, permitiu apurar que a rede não se dedicava apenas ao fabrico de barcos, mas também geria tripulações e até "distribuía grandes quantidades de estupefacientes".
Na operação, os agentes apreenderam 23 quilos de heroína, duas plantações de marijuana e cinco quilos de botões de canábis, além de quatro embarcações do tipo EAV, mais de 150 mil euros em dinheiro, três viaturas de alta cilindrada e vários equipamentos informáticos e telefónicos.