Taça de Portugal coloca desafio à capacidade de gestão dos “grandes”

Após paragem, o calendário aperta, com a prova rainha a promover novas apostas. Sporting, FC Porto e Benfica usaram os respectivos activos de acordo com lesões, chicotadas e transferências tardias.

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O Sporting é o primeiro dos "grandes" a entrar em acção na Taça de Portugal ANTÓNIO COTRIM / LUSA
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A entrada em cena dos “grandes” na Taça de Portugal é habitualmente um balão de ensaio e uma caixa de oportunidades para os jogadores que têm tido menos utilização.

Num período de calendário apertado, com dois meses preenchidos com jogos a meio da semana, a profundidade do plantel é um trunfo que os treinadores costumam utilizar neste contexto.

O PÚBLICO olhou para os elencos de Sporting, FC Porto e Benfica e concluiu que os índices de aproveitamento dos activos, até agora, são semelhantes, ainda que por razões distintas.

No Sporting, Rúben Amorim admitiu a necessidade de fazer uma gestão adequada aos desafios que o Portimonense, adversário mais cotado dos que enfrentam os três grandes e “que construiu uma equipa para subir de divisão”, colocará aos “leões” — apesar do mau início de época e da troca de treinador.

Amorim tem, de certa forma, sido obrigado a gerir o grupo por força de inúmeras lesões, garantindo, apesar de baixas de peso como Pedro Gonçalves, Gonçalo Inácio, Kovacevic, Eduardo Quaresma, St. Juste e Marcus Edwards, assinalável sucesso na Liga e na Champions, somando um empate nos dez jogos que se seguiram à Supertaça.

Frente ao Arouca, por exemplo, depois do clássico com o FC Porto e antes da recepção ao Lille, Amorim mudou cinco unidades, tendo aproveitado para “descomprimir” depois do empate em Eindhoven, com quatro novidades no onze frente ao Casa Pia.

O exemplo de Quenda

Destaque, apesar de todas as contrariedades, para o número de futebolistas utilizados: Amorim deu oportunidade a 24 jogadores, 18 dos quais já foram titulares, havendo entre os seis já utilizados como suplentes uma dupla da formação (Rodrigo Ribeiro e Essugo) que, a par de Edwards, Fresneda, Esgaio e Mateus Fernandes, aguarda o momento de pisar o relvado de início.

Nesse capítulo, Amorim também já provou não olhar a idades, tendo lançado, sem reservas, o júnior Geovany Quenda (eleito pelo Sindicato dos Jogadores como o melhor jovem do campeonato nos meses de Agosto e Setembro), que figura no top4 dos mais utilizados dos “leões”, com os mesmos 11 jogos (totalista) de Gyökeres, Trincão e Geny Catamo, sendo o segundo entre os portugueses, aproveitando as lesões de Inácio e Pedro Gonçalves.

Com menos dois jogos disputados (Supertaça e adiamento do Nacional) e uma mudança no comando técnico, o Benfica utilizou 26 futebolistas e o mesmo número (18) de titulares.

Para além das alterações inicialmente introduzidas por Lage, essencialmente com as saídas do “onze” inicial de Jan Niklas-Beste, Leandro Barreiro e Prestianni (titulares com Schmidt) e de João Mário (transferido para o Besiktas), o Benfica regista um índice mais baixo de rotatividade, tendo a lesão de Alexandre Bah, na sequência do jogo da Liga dos Campeões, com o Estrela Vermelha, na Sérvia, contribuído para uma das raras mudanças feitas no consulado do treinador português.

Mesmo perante a necessidade de gerir um calendário exigente, Lage vai fazendo pequenos acertos, dependendo da disponibilidade de Aursnes, a promover a afirmação de Rollheiser.

Reforços atrasados

Por razões distintas, já que dois dos actuais titulares (Francisco Moura e Nehuén Pérez) chegaram ao Dragão com o campeonato em andamento, Vítor Bruno deu a titularidade a 19 jogadores diferentes nos 27 já utilizados. Número que pode subir com a inclusão anunciada de Fábio Vieira nas escolhas iniciais.

O mercado ditou ainda a partida de Toni Martínez, Evanilson e David Carmo com as competições em andamento, para além de Francisco Conceição, Baró e Fábio Cardoso, que não chegaram a ser utilizados.

E, se, no Benfica, só João Rego, com a estreia (4 minutos) em Moreira de Cónegos, parece emergir entre os jovens da formação da Luz, no FC Porto há a confirmação de Martim Fernandes (8 jogos), quarto mais utilizado entre os portugueses, atrás de Diogo Costa, Zé Pedro e João Mário.

Vasco Sousa é outro nome a afirmar-se, com a promessa Rodrigo Mora a ter sido chamado na Liga Europa (Bodo/Glimt e em Arouca).

Agora, com as deslocações a Pevidém e a Sintra, Benfica e FC Porto possuem uma maior margem de manobra face a um Sporting que persegue o troféu que falta no currículo de treinador de Rúben Amorim.

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