O cadáver gigante que Valentina Medda chora diante do mar

Integrada na mostra Sul Sueste, entre os dias 24 e 30, The Last Lamentation junta 12 mulheres, de olhos no mar, a fazer luto pelos que morrem sem nome. Dia 26, na Praia de Cambelas, Torres Vedras.

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Giorgio Paroletti
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Uma mulher sozinha, vestida de preto dos pés à cabeça, olha o mar. Vemo-la de costas, mas sabemos que os seus olhos só podem estar fixados na imensidão da água ou no horizonte, com os pensamentos mais ou menos em alvoroço. Ouvimos-lhe um fio de canto, ao longe, tão ao longe que não é logo claro se se trata de uma ilusão auditiva, os ouvidos a pregarem-nos partidas, ou se, de facto, é do seu vulto, impassível, que vem esta melancolia distante. Aos poucos, num passo lento, de quem já sabe que neste momento a pressa de pouco vale, 11 outras mulheres juntam-se-lhe, adoptam posições semelhantes, viram-nos também as costas e deixam-se ficar a mirar as águas em frente.

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