Variações Goldberg de Bach: uma catedral granítica nas mãos de Pedro Burmester

O pianista regressa a uma pedra angular da literatura para instrumento de tecla, numa interpretação aparatosa na riqueza dos detalhes embora opaca na sua estrutura.

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Pedro Burmester volta às Variações Goldberg, que abordou pela primeira vez em disco em 1989 Nelson Garrido
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Talvez nenhuma outra obra suscite, num pianista, tanto temor quanto as Variações Goldberg, de J. S. Bach. Há, diante da partitura de 1741, reverência, admiração, medo, atracção e uma certeza absoluta: vamos falhar. Desde logo, na pequena traição — heresia para muitos — que é tocar num instrumento moderno, com a projecção sonora e as possibilidades expressivas próprias do piano, uma obra originalmente pensada para um cravo de manual duplo (dois teclados). Traição que requer às mãos do pianista sobreposições e vários cruzamentos, numa coreografia nem sempre ergonómica.

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