Demolição do Mercado S. Sebastião no Porto só deverá acontecer em 2025

Naquele local, que tem sido associado ao consumo e tráfico de droga, o município pretende criar “um espaço verde de fruição pública com percursos pedonais dotado de iluminação pública”.

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O projecto do município deve representar um investimento de 286 mil euros Paulo Pimenta
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A demolição do Mercado S. Sebastião, na zona da Sé, no Porto, só deverá acontecer em 2025, afirmou nesta quinta-feira a Câmara do Porto, acrescentando que naquele local será criado um espaço verde "com percursos pedonais dotado de iluminação pública".

Em Junho, o município do Porto previa lançar a empreitada de demolição do mercado no último trimestre deste ano, mas em resposta à Lusa indicou que o lançamento do concurso público só deverá acontecer "no início do próximo ano".

"Encontra-se em fase de apreciação o projecto de execução, correspondente à última fase da elaboração do projecto contratado, encontrando-se a aguardar pareceres das entidades consultadas, em face da localização", acrescentou.

Naquele local, que tem sido associado ao consumo e tráfico de droga, o município pretende criar "um espaço verde de fruição pública com percursos pedonais dotado de iluminação pública".

Apesar de o projecto de execução estar em ainda em análise, a Câmara do Porto estima que o projecto represente um investimento de 286 mil euros.

Em Junho, o vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, afirmou que o município estimava gastar cerca de 220 mil euros no projecto de demolição do mercado.

"A nossa expectativa é que no último trimestre deste ano seja lançada a empreitada de demolição, que terá, na nossa estimativa, um custo de cerca de 220 mil euros", afirmou o vereador durante a reunião do executivo municipal, adiantando que o projecto previa também a reposição mínima daquele território.

O Jornal de Notícias avançou em 23 de Maio que o tráfico e consumo de droga voltaram "em força" à zona da Sé, no centro histórico da cidade, estando actualmente montada uma "sala de chuto" num dos pátios do antigo mercado de S. Sebastião.

No ano passado, em 24 de Julho, o presidente da Câmara do Porto afirmou, no final de uma reunião do executivo, que o município iria tentar perceber "o que fazer" com o Mercado de S. Sebastião.

Rui Moreira lembrava então que o mercado não tinha condições e que o mais provável seria proceder à sua demolição, defendendo que seria, posteriormente, necessário "meditar" com o executivo sobre a solução a adoptar naquele espaço.

"Podemos demolir o edifício, podemos fazer lá um mercado ou usar aquele espaço para outra coisa qualquer. Agora vamos meditar também em conjunto com o executivo", referiu, dizendo que todos os relatórios apontavam para a existência de "imensos problemas" e que o mercado "nunca teve condições de conforto", nem para os comerciantes, nem para os consumidores.

"Aquele [mercado] não tem [condições], portanto, nós seguramente que não vamos restaurar aquele edificado que lá está. Podemos partir para demolir e fazer um novo, ou podemos fazer lá outro espaço público de fruição, sendo que aquela é uma zona da cidade bastante apetecível em que há poucos espaços verdes, mas isso é um assunto que ainda não deliberámos", observou.

Em 26 de Setembro de 2022, o executivo municipal aprovou por unanimidade a revogação por mútuo acordo do contrato celebrado com a junta do centro histórico relativo à gestão do Mercado de S. Sebastião, cuja reabilitação acabou por não se concretizar.

À época, o presidente da Câmara do Porto adiantou aos jornalistas que as obras de reabilitação do espaço não iriam avançar.

Numa carta enviada em 20 de Junho de 2022 ao actual presidente da União de Freguesias do Centro Histórico, Rui Moreira dizia que ia propor o incumprimento do contrato e exigir a devolução das quantias recebidas por o equipamento não ter sido reabilitado.