Ucrânia quer convite para aderir à NATO antes de Biden deixar a presidência dos EUA

Kiev argumenta que seria um legado adequado para o Presidente dos EUA e que convite eliminaria um importante ponto de discórdia com Moscovo.

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Volodymyr Zelensky deixou claro que considera um convite antecipado da NATO como parte do seu "plano de vitória" UKRAINE PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT / EPA
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A Ucrânia está a pedir um convite para ser membro da NATO antes de Joe Biden deixar a Casa Branca, argumentando que seria um legado adequado para o presidente dos EUA. "Achamos que o convite à Ucrânia neste momento seria um sinal político", disse Nataliia Galibarenko, embaixadora sénior de Kiev na NATO.

"Acreditamos sinceramente que pode fazer parte do legado da actual administração norte-americana", referiu numa entrevista junto à sede da aliança em Bruxelas.

As eleições presidenciais norte-americanas do próximo mês criam uma grande incerteza para a Ucrânia, uma vez que Washington tem sido o maior fornecedor de ajuda militar a Kiev. Embora a vice-Presidente democrata Kamala Harris tenha dado a entender que continuará a apoiar a Ucrânia, não especificou em que moldes. O ex-Presidente republicano Donald Trump não foi claro sobre como lidaria com a guerra na Ucrânia.

A adesão à NATO faria com que a Ucrânia fizesse parte do pacto de defesa mútua da aliança militar liderada pelos EUA, o que significa que um ataque a um membro é considerado um ataque a todos, embora o processo de adesão possa demorar vários anos.

Nas últimas semanas, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deixou claro que considera um convite antecipado da NATO como parte do seu "plano de vitória".

Na entrevista, Galibarenko explicou os motivos que levaram Kiev a insistir nesta questão: um convite eliminaria um importante ponto de discórdia entre Kiev e Moscovo.

Moscovo citou a potencial adesão da Ucrânia à NATO para justificar a guerra, enquanto a Ucrânia tem insistido que precisa de aderir à aliança para se proteger contra qualquer futura agressão russa. "Se dissermos que o convite existe, para a Federação Russa seria como um veredicto final ", disse Galibarenko.

A NATO declarou que a Ucrânia irá juntar-se às suas fileiras e que o seu caminho para a aliança é irreversível. Mas afirmou que Kiev não pode aderir enquanto estiver em guerra e recusou-se a estabelecer um calendário para a adesão.

A maior parte dos membros da NATO, incluindo a sua potência predominante, os Estados Unidos, não mostraram qualquer vontade de convidar a Ucrânia a aderir nesta fase.

Um alto funcionário do governo dos EUA, que falou com os jornalistas sob condição de anonimato, disse na semana passada que não houve qualquer mudança na posição de Washington. Galibarenko afirmou que Kiev não está a pressionar para o início imediato das conversações de adesão, mas que um convite formal agora enviaria uma mensagem poderosa.