Tata Martins discreta na estreia nos Mundiais de ciclismo de pista
A medalhada de bronze em 2022 não foi tão feliz em 2024, terminando a prova no 16.º lugar. Repete o desempenho também modesto nos Jogos Olímpicos de Paris.
Maria Martins terminou nesta quarta-feira a prova de scratch dos Mundiais de ciclismo de pista no 16.º lugar, não conseguindo igualar as medalhas conquistadas em 2020 e 2022.
Em Ballerup, na Dinamarca, a ciclista de 25 anos não foi tão feliz, sendo batida por 15 adversárias, entre as quais Lorena Wiebes, neerlandesa que levou o ouro, a grande favorita Jennifer Valente, dos Estados Unidos, que agarrou a prata, e Ally Wollaston, da Nova Zelândia, que ficou com o bronze.
Maria Martins não era uma das favoritas ao triunfo nesta prova, mas as conquistas passadas sugeriam, pelo menos, uma legítima esperança de entrar na luta por qualquer coisa. Acabou por pagar a factura de um esforço grande antes do momento decisivo da corrida e, tal como nos Jogos Olímpicos de Paris, terminar com um resultado discreto.
Um produto de Sangalhos
“Tata” Martins é mais um produto da “fábrica de medalhas” de Sangalhos, complexo de ciclismo que ajuda, desde 2009, a descobrir, desenvolver e aprimorar talentos portugueses numa modalidade com história em Portugal, mas numa vertente menos renomada do que a estrada.
E por falar em estrada, o que Maria Martins teve de fazer na Dinamarca foi semelhante ao que se faz na estrada, já que é um pouco disso que se faz a corrida de scratch, a mais fácil de explicar no ciclismo de pista.
Imaginemos uma prova de ciclismo de estrada, mas dentro de um velódromo inclinado, num piso liso e sem travões. No scratch, a ideia é, como numa qualquer etapa do Tour, ser o primeiro a passar a meta após cumprida uma determinada distância – no caso da vertente feminina, são dez quilómetros.
A ciclista portuguesa começou a prova ao seu estilo, na retaguarda do grupo, passando pela frente apenas por breves segundos, mais como leitura de corrida do que como posição de ataque ou sequer de controlo da prova.
Marion Borras, de França, atacou logo no início da corrida e parecia embalada para uma volta de avanço, mas acabou por não ter “combustível” para manter o ritmo e acabou “a pé”.
O insucesso da francesa, que ficou esgotada, pareceu esfriar o ímpeto de quem quisesse aventurar-se e a prova foi até às últimas dez voltas sem ataques.
Tal como lia Iúri Leitão durante a prova, Tata Martins estava numa boa posição: perto da frente e a assistir a pequenos ataques entre as favoritas. A portuguesa acabou, depois, por ficar ao vento, sendo apanhada na frente do pelotão durante algum tempo – primeiro a encabeçar uma perseguição e depois a puxar o grupo principal.
Tata acabou por pagar a factura desse esforço e pareceu ter falta de pernas na parte decisiva, perdendo a roda das líderes. Também a posição na parte interior da pista não ajudou e acabou por terminar em 16.º lugar.
Programa dos portugueses nos Mundiais:
Quinta-feira, 17 de outubro:
18h57: Corrida de eliminação, Elite feminina – Maria Martins.
19h51: Corrida de scratch, Elite masculina – Diogo Narciso.
Sexta-feira, 18 de outubro:
13h38: Concurso omnium, Elite feminina – Maria Martins (scratch).
13h53: Perseguição individual, Elite masculina – Ivo Oliveira (qualificação).
15h33: Concurso omnium, Elite feminina – Maria Martins (tempo).
17h32: Corrida de pontos, Elite masculina – Diogo Narciso.
18h34: Concurso omnium, Elite feminina – Maria Martins (eliminação).
19h38: Perseguição individual, Elite masculina – Ivo Oliveira (finais)
20h03: Concurso omnium, Elite feminina – Maria Martins (pontos
Sábado, 19 de outubro:
12h52: Concurso omnium, Elite masculina – Rui Oliveira (scratch).
15h33: Concurso omnium, Elite masculina – Rui Oliveira (tempo).
18h54: Concurso omnium, Elite masculina – Rui Oliveira (eliminação).
20h07: Concurso omnium, Elite masculina – Rui Oliveira (pontos).
Domingo, 20 de outubro:
12h56: Corrida de pontos, Elite feminina – Daniela Campos.
13h42: Corrida de eliminação, Elite masculina – Diogo Narciso.
14h50: Madison, Elite masculina – Rui Oliveira e Ivo Oliveira.