Liga das Nações: Portugal mantém tradição na Escócia e adia apuramento

Empate sem golos foi castigo para uma noite de eficácia sofrível, com domínio quase absoluto da selecção nacional.

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Cristiano Ronaldo tentou marcar de "bicicleta" Lee Smith / ACTION IMAGES VIA REUTERS
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Portugal respeitou a tradição e ainda não foi desta que venceu na Escócia (0-0) em jogos oficiais, adiando o apuramento para os quartos-de-final da Liga das Nações, apesar de manter a liderança do Grupo A1, com 10 pontos, cedendo ao quarto jogo perante um adversário submisso, que garantiu o primeiro ponto na competição.

Portugal dominou amplamente uma Escócia que contou pelos dedos de uma mão os remates à baliza de Diogo Costa, tendo, ao contrário do esperado, conquistado o primeiro canto a meio da segunda parte.

Com a lei das 72 horas de intervalo entre os jogos de Varsóvia e Glasgow a imperar, Roberto Martínez não hesitou em mudar mais de meia equipa: Cancelo, António Silva, Palhinha, Vitinha, Diogo Jota e Francisco Conceição renderam Dalot, Renato Veiga, Bernardo Silva, Rúben Neves, Rafael Leão e Pedro Neto.

O seleccionador manteve Cristiano Ronaldo, mas fez alguns ajustes na dinâmica da equipa: a construir a três, com Palhinha entre os centrais, projectando os laterais enquanto Conceição e Jota procuravam a largura e Vitinha e Bruno Fernandes estabeleciam as ligações.

Portugal criava a base para um jogo de segurança e controlo, apenas abalado por um mau passe de Nuno Mendes logo no segundo minuto, que acabou com cabeceamento de McTominay, autor do golo na Luz, para defesa a dois tempos de Diogo Costa.

Sem mais precipitações, Portugal controlava as saídas rápidas da Escócia, característica que Martínez elogiou na antevisão, minimizando ainda os lances de bola parada, em especial os cantos, que a Escócia não teve na primeira parte.

Faltava maior assertividade no ataque, com Jota a chegar tarde a um par de cruzamentos de Conceição e Cristiano Ronaldo a procurar impor-se na área, faltando ainda maior discernimento nas segundas bolas, apesar dos 73% de posse de bola de Portugal nesse período.

A Escócia controlava o jogo interior do adversário e espreitava uma oportunidade, perdendo claramente em matéria de finalizações. A boa notícia era, no que diz respeito ao apuramento, o resultado do Polónia-Croácia ao intervalo (2-3), com os polacos a terem que fazer pior do que Portugal para a selecção lusa se juntar à já apurada Alemanha nos "quartos".

A clivagem acentuou-se no início da segunda parte, com Portugal a pressionar e a forçar a Escócia a errar nas transições, provocando dois momentos de pânico na área de Gordon, que Cristiano Ronaldo e Francisco Conceição desperdiçaram nos primeiros cinco minutos.

Martínez não esperou muito mais para mexer na equipa, operando três substituições simultâneas a provocarem uma maior atracção pela baliza, especialmente com a capacidade de Leão desequilibrar e rasgar, mesmo que a eficácia continuasse a um nível sofrível.

A Escócia, mais interessada em preservar o orgulho e integridade para o grande objectivo apontado pelo seleccionador - de trabalhar para o Mundial -, ainda teve dois ataques perigosos, mas acabou submetida a uma pressão fortíssima, com a baliza sob fogo cruzado, mas sem que o ataque luso conseguisse a quarta vitória consecutiva e a qualificação, já que a Polónia também empatou com a Croácia.

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