Budapeste sem novos Airbnb? Hungria pondera congelar licenças

Como em muitas cidades turísticas da Europa e do mundo, residentes queixam-se da dificuldade de arranjar habitação e dos preços das rendas. Governo quer maior controlo nos alojamentos locais.

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Budapeste é campeã nas reservas de estadias Francisco Romão Pereira
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O Governo da Hungria está a considerar um plano para impor uma moratória sobre novas licenças de apartamentos de arrendamento de curto prazo em Budapeste, assim como aumentar os impostos sobre o negócio, disse o ministro da Economia na segunda-feira.

Marton Nagy anunciou os planos cerca de um mês depois de os residentes do sexto distrito de Budapeste terem votado a favor da proibição dos arrendamentos de curta duração a partir de 2026, a primeira proibição deste tipo num dos destinos turísticos mais populares da Europa. Alguns residentes em locais turísticos europeus acusam estes alojamentos locais de levarem a um grande aumento dos preços das casas.

Na Europa Central, Budapeste foi a cidade mais popular para estadias de curta duração em 2023, com 6,7 milhões de noites, de acordo com o Eurostat, à frente de Viena, Praga, Varsóvia, Cracóvia e outras.

Os dados do Eurostat revelam que quase 719 milhões de noites passadas na União Europeia foram reservadas através das plataformas em linha Airbnb, Booking, Expedia Group e Tripadvisor no ano passado, com Paris a liderar as capitais da UE com mais de 19 milhões de noites reservadas.

"Estamos a pensar numa possível moratória e num aumento de impostos em Budapeste", disse Nagy numa conferência de imprensa, acrescentando que o Governo ainda não tomou uma decisão.

"O mercado da Airbnb vai mudar e é certo que não pode continuar a crescer", afirma, considerando que se trata de uma questão de política de habitação.

No sexto distrito de Budapeste, 54% dos eleitores apoiaram a proibição do arrendamento de curta duração, com uma taxa de participação de 20,52% em meados de Setembro.