Premier League quer aproximar jogadores do público e há polémica

Entrevistas nos intervalos dos jogos ou com os jogadores substituídos e imagens do interior dos balneários são algumas das ideias. Principais clubes ingleses torcem o nariz.

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A Premier League quer aproximar-se do público Matthew Childs / ACTION IMAGES VIA REUTERS
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É por muitos considerado o campeonato mais competitivo do futebol europeu. E o mais espectacular. Mas os seus organizadores não estão suficientemente satisfeitos, em especial com a proximidade (ou falta dela) dos jogadores com o público. Por isso a Liga inglesa está a ponderar promover algumas alterações à forma como a comunicação com o exterior é feita. As propostas em cima da mesa representam uma mini-revolução em relação ao que acontece agora, mas não são inéditas e até já acontecem noutros desportos. Mesmo assim, a contestação já se avizinha.

Neste momento, as entrevistas aos protagonistas da Liga inglesa estão limitadas a uma apenas antes do dia dos jogos e outras no pré e pós jogo. O que se quer é aumentar bastante esse número e fazer com que elas se realizem também no intervalo das partidas (seja na ida para os balneários dos jogadores, seja no regresso dos mesmos).

Seriam entrevistas necessariamente curtas e relacionadas apenas sobre o jogo e que podiam ser ou a um treinador ou a um jogador. Os clubes teriam previamente que indicar uma lista com cinco nomes.

Outra das novidades é a hipótese de entrevistar jogadores que tenham acabado de ser substituídos. Também nestas situações a conversa seria rápida e sempre focada no encontro.

Por fim, a alteração mais controversa tem a ver com a colocação de cameras dentro dos balneários. A ideia por trás desta proposta é a de permitir que os adeptos conheçam um pouco do que se passa naquele que é o local mais sagrado para uma equipa de futebol. Claro que as imagens transmitidas teriam os necessários cuidados relacionados com a privacidade dos jogadores e os clubes teriam a possibilidade de accionarem uma espécie de corte da transmissão no caso de o ambiente no balneário não ser o melhor (consequência de uma derrota, por exemplo), para além de poderem controlar o áudio.

Apesar da polémica, não é nada que já não aconteça noutros desportos. A NFL ou o râguebi, por exemplo. No críquete os jogadores falam com jornalistas que estão a acompanhar a transmissão televisiva durante a partida através de um auricular. E entrevistas a jogadores na linha lateral ou ao intervalo são frequentes no futebol brasileiro.

A Premier League quer, contudo, que tudo isto só avance quando e se os clubes se sentirem confortáveis, para além de que, segundo a comunicação social inglesa, ainda se está na fase de os próprios clubes darem os seus contributos para melhorar a proposta.

Do que se sabe, é que os emblemas mais importantes da Liga inglesa “torcem o nariz” a estas ideias, posição oposta à dos que se encontram mais para o fundo da tabela, que encaram estas medidas como uma boa forma de promoverem os seus atletas e as suas marcas, já que lhes dá maior exposição mediática.

De qualquer forma, e ainda segundo a imprensa britânica, os clubes teriam exigido que só uma das três opções fosse utilizada em cada partida, havendo, contudo, o compromisso de que ao longo da temporada as três hipóteses fossem pelo menos usadas duas vezes por cada emblema.

Ainda não é certo, contudo, quando tudo isto vai sair do papel. Por enquanto, os clubes estão a digerir estas medidas, sendo que será sempre necessário que uma maioria de dois terços as aceite.

Mas o caminho vai-se fazendo e no final do mês de Setembro, por exemplo, o médio do Bournemouth Marcus Tavernier prestou declarações à Sky Sports durante o jogo com o Southampton, logo depois de ser substituído.

E não é só a Liga inglesa que está a tentar aproximar os adeptos dos protagonistas. A preocupação em aproximar o público dos intervenientes no espectáculo é transversal a muitas das mais importantes ligas de futebol europeias. Na espanhola, por exemplo, é possível colocar um microfone que permite escutar o que o treinador diz aos jogadores durante interrupções do encontro. A medida, contudo, é facultativa e Real Madrid e Barcelona recusaram-na.

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