Álvaro Beleza defende viabilização do OE pelo PS e fala em Seguro para presidenciais

Presidente da SEDES e mandatário nacional do PS nas legislativas defende que partido deve procurar anular influência do Chega sobre o Governo, embora mantendo a dicotomia face ao PSD.

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Álvaro Beleza defende que o PS deve procurar vincar as diferenças face ao PSD apesar de viabilizar orçamento Rui Gaudêncio
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O presidente da SEDES e dirigente socialista Álvaro Beleza defende a viabilização do Orçamento do Estado pelo PS, de modo a anular o "terrorismo político" do Chega. Numa entrevista ao DN e à TSF, o socialista considera António José Seguro um grande candidato presidencial, nome colocado na lista de nomes possíveis para o PS apoiar numa futura corrida a Belém, também esta semana, pelo secretário-geral Pedro Nuno Santos quando entrevistado pela TVI/CNN.

"O Pedro Nuno Santos hoje, mais do que líder do PS, é líder da esquerda portuguesa. Portanto, não é por o Partido Socialista se abster, a bem da pátria, no orçamento, que vai deixar de liderar à esquerda. Acho que o caminho é este e é normal que seja assim. E espero que seja assim. Até para que o outro partido instável, que faz terrorismo político, não conte para isto", justifica Álvaro Beleza na entrevista divulgada neste sábado.

Presidente da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social e médico de profissão, Álvaro Beleza faz parte da Comissão Política do PS e foi mandatário nacional das listas socialistas nas últimas eleições legislativas (depois de ter recuado numa candidatura como líder da lista distrital de Vila Real), tendo apoiado a candidatura de Pedro Nuno Santos à liderança, apesar de ser da ala direita do partido.

"O PS tem sido adulto. Confio nos meus camaradas e no líder do partido. Confio que nessa discussão haverá esse sentido, até porque o PS e estes meus camaradas que estão na direcção do partido - Pedro Nuno e os outros - estiveram no Governo e foi o Governo do PS que pôs Portugal pela primeira vez desde há muitos anos com superavit nas contas públicas", sustenta.

Declarando-se "razoavelmente optimista", considera que a dramatização "faz parte da política" e concorda com Pedro Nuno Santos "em absoluto", relativamente à tese segundo a qual "a dicotomia em Portugal tem de ser entre o PS e o PSD". "Portanto, tem de haver diferenças e é bom que haja diferenças", diz.

No capítulo das futuras eleições presidenciais, em 2026, Álvaro Beleza considera que no seio dos socialistas existem figuras como António Vitorino, militante do partido, e ex-líderes, como António José Seguro, "que poderão ser grandes candidatos do Partido Socialista". Questionado sobre o perfil do eurodeputado Francisco Assis para o cargo, responde: "O Francisco Assis, sim, daria um grande Presidente da República."

Sobre o ex-líder António José Seguro, volta a dizer: "Isto também é a vida e as circunstâncias são o que são. Acho que o país precisa de um Presidente da República que tenha qualidades de experiência política, que as pessoas conheçam o seu percurso e o seu pensamento, de cultura política, de integridade. Deve ser alguém institucional que também tenha alguma reserva e independência e que saiba fazer pontes."

Álvaro Beleza afirma não gostar da ideia de independentes para o mais alto cargo da nação. É quando é confrontado com o facto de essa ideia praticamente excluir o actual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que introduz os nomes de António Vitorino e António José Seguro.

"Isso era uma conversa à Salazar. Não gosto dessa conversa. A política é para pessoas que assumem as suas convicções e quando são Presidentes da República são presidentes de todos os portugueses, para além do seu partido ou de onde vieram. E já tivemos vários. (...) Dentro do Partido Socialista temos figuras - estou a pensar no António Vitorino, militante do partido, e ex-líderes, estou a pensar no António José Seguro, que poderão ser grandes candidatos do Partido Socialista", declara.