Toyota Yaris Cross HEV 130: Mais potência nem sempre é sinónimo de menor eficiência

Aos atributos já conhecidos do SUV da Toyota, o acrescento de potência é bem-vindo quando se pensa em tirá-lo do ambiente que poderia parecer mais confortável: em cidade.

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O Yaris Cross foi dotado de um pacote alargado de assistentes DR
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Em 2022, quando o Yaris Cross integrou o leque dos finalistas a Carro do Ano, descrevemo-lo como “aventureiro urbano”. Apesar das boas intenções, já que se trata de um utilitário Yaris esticado (é 24cm mais comprido, 2cm mais largo e quase 10cm mais alto) e musculado, a designação parece-nos hoje injusta, já que o modelo facilmente se adapta a qualquer tipo de traçado — inclusive quando é retirado do asfalto e levado para trilhos de dificuldade baixa-média, mesmo que não seja dotado da tracção integral. No entanto, a variante de maior potência, com 130cv, parece dotá-lo dos pozinhos que ainda lhe faltavam para que nos apeteça enfrentar longas viagens, embalados pelas respostas mais rápidas e pelo comportamento suave.

É certo que não há bela sem senão. Se anda mais — acelera de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos , atingindo os 170 km/h (a variante menos potente leva mais meio segundo a cumprir a mesma métrica) —, também gasta mais, praticamente na mesma proporção: oficialmente, gasta mais 0,6 litros, mas em algumas voltas, incluindo auto-estrada, não conseguimos baixar dos 5,5 l/100km. Nada de absurdo, sendo que, se nos mantivermos por perímetro urbano e a respeitar velocidades máximas, facilmente se observará o automóvel a recorrer mais tempo ao sistema eléctrico do que ao motor de combustão. Ou seja, apesar de, em números absolutos, gastar mais, verifica-se uma boa eficiência.

O apoio eléctrico também dá cartas no momento de arrancar, pelo impulso e pelo silêncio. E, embora esmoreça à medida que aumentamos a velocidade, dá algum ímpeto em situações em que é necessário ir buscar força para uma ultrapassagem. A partir do momento em que o motor a gasolina é chamado à acção, o silêncio deixa de existir. Aliás, a caixa de variação contínua é conhecida pelo seu ruído, que, ao longo dos anos, a Toyota tem conseguido diminuir, mas que continua muito presente. Facto é que nos habituamos, mesmo em auto-estrada, onde os ruídos são mais evidentes.

Tal, porém, não belisca a suavidade de condução, independentemente do tipo de estrada que se abraça, mesmo que apresente proeminentes lombas: o Yaris Cross absorve bem o impacto, mantendo os ocupantes confortáveis. Em curvas, não será o automóvel a mostrar-se mais apto, notando-se algum adorno, mas, para o tipo de carro que é, o seu comportamento não surpreende nem choca.

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Toyota Yaris Cross HEV 130 dr

O Yaris Cross reclama ainda capacidade para sair do asfalto e enveredar por trilhos de lama ou terrenos arenosos. Mas não parece ser esse o principal interesse do cliente do modelo, já que a versão 4x4, que, para um SUV do segmento B, era uma mais-valia pouco comum, acabou por ser descontinuada no mercado nacional face à fraca procura.

Mais e melhor tecnologia

Com a necessidade de adaptar as funcionalidades às exigências dos novos regulamentos europeus, o Yaris Cross foi dotado de um pacote alargado de assistentes, desde a útil travagem de emergência até ao exasperante assistente que nos quer obrigar a manter dentro das linhas da faixa de rodagem, mesmo numa situação em que o desvio é imperativo para escapar a um qualquer perigo. De qualquer das formas, aquando do seu lançamento, a segurança do Yaris Cross já tinha sido distinguida com as cinco estrelas do Euro NCAP.

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Toyota Yaris Cross HEV 130 DR

Mas, aproveitando a embalagem de ter de introduzir mudanças tecnológicas, o Yaris Cross surge com ecrãs melhorados: no caso da Premier Edition, tanto o painel de instrumentação como o ecrã central táctil para controlar o infoentretenimento se apresentam de dimensões generosas, 12,5 polegadas. O infotainment inclui sistema de navegação por satélite integrado e é de notar que a câmara de visão traseira é de série em toda a gama, sendo que a versão ensaiada apresentava ainda úteis sensores, tanto atrás como à frente.

A conectividade pode ser individualizada, graças à compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay, sem fios. No entanto, a Toyota ainda pode melhorar a rapidez na resposta, já que, não raras vezes, tentamos ligar-nos e o sistema ou demora demasiado tempo ou, sem aviso, interrompe a conexão.

De resto, não há grandes alterações ao que já se conhecia: habitáculo desafogado, um bom espaço para carga (a mala arruma quase 400 litros) e uma construção suficientemente sólida para não se adivinharem barulhinhos ao fim de umas dezenas de milhares de quilómetros. Depois há um bom porta-luvas e buraquinhos para praticamente tudo, das chaves ao telefone, sem esquecer os dois suportes para copos na dianteira. Apenas a lamentar o quase inexistente bolso nas portas dianteiras, onde se conseguirá enfiar apenas uma garrafa de água pequena ou uma carteira.

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