Cometa vai poder ser visto a partir de domingo a olho nu em Portugal

Cometa poderá ser visto a olho nu em Portugal a partir deste domingo pelas 19h30, 40 minutos depois do pôr do Sol, olhando para Oeste.

Foto
O cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), visto das ilhas Canárias, em Espanha, a 28 de Setembro de 2024 Borja Suarez / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
02:38

Um cometa poderá ser visto a olho nu a partir de domingo em Portugal, numa curta janela de oportunidade que se abre às 19h35 (hora de Lisboa).

Trata-se do cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS, detectado em Janeiro de 2023 por telescópios do Observatório Tsuchinshan, na China, e confirmado pelo telescópio ATLAS da África do Sul.

Em declarações à Lusa, o astrofísico Nuno Peixinho disse que, a manterem-se as condições de observação do céu, sem nuvens, o cometa poderá ser visto a olho nu em Portugal no domingo "40 minutos depois do pôr-do-sol, olhando para Oeste, ou seja, às 19h35".

Segundo o investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, "a janela de oportunidade" para observar o cometa, preferencialmente de um local com pouca poluição luminosa, "é pequena", uma vez que depois das 20h "já está muito baixinho no horizonte e será muito difícil conseguir vê-lo".

Nuno Peixinho chama a atenção para "não confundir" o cometa com "o forte brilho do planeta Vénus", que, no horizonte, estará à sua esquerda.

No domingo, o Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra irá promover uma sessão de observação entre as 19h20 e as 20h.

Nesse dia, segundo Nuno Peixinho, o cometa estará a quase 71 milhões de quilómetros da Terra e a pouco mais de 82 milhões de quilómetros do Sol, quando "a distância média da Terra ao Sol, chamada unidade astronómica, é de cerca de 150 milhões de quilómetros".

De acordo com o astrofísico, o cometa poderá ainda ser observado na próxima semana, mas possivelmente apenas com o auxílio de um telescópio, já que vai perdendo luminosidade diariamente, à medida que se afasta cada vez mais da Terra e do Sol.

Depois da sua passagem próximo da Terra, o cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS continuará a sua viagem pelos confins do Sistema Solar, possivelmente influenciado pela gravidade de outros planetas ou estrelas.

Os modelos orbitais sugerem que o cometa não voltará a aproximar-se da Terra durante centenas de milhares de anos, isto se algum dia regressar.

O cometa Tsuchinshan-ATLAS provém da Nuvem de Oort, um vasto e distante reservatório de corpos celestes gelados que rodeia o Sistema Solar.

Antes de ser visível em Outubro no hemisfério Norte, o cometa pôde ser observado em finais de Setembro no hemisfério Sul, na direcção Leste do horizonte, ao amanhecer.

Por definição, os cometas são corpos celestes formados por gelo, poeira e pequenas partículas rochosas. Ao aproximarem-se do Sol, o seu brilho aumenta, uma vez que os materiais gelados que o compõem sublimam-se, gerando uma atmosfera difusa em volta do seu núcleo, chamada coma, e uma cauda, apontada na direcção oposta ao Sol.