Magna montou “uma campanha” para ganhar prémio europeu para aspirantes a jornalistas — e conseguiu

Magna Araújo Amorim confessa que esperava o prémio e organizou “toda uma campanha” para garantir que saía de Bruxelas de estatueta na mão. Ganhou-o com uma fotografia das obras do metro do Porto.

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Magna Araújo Amorim, 20 anos, é estudante de Ciências da Comunicação na FCSH-UNL © European Union / Valentin Astier
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Magna Araújo Amorim, 20 anos (“quase 21”), aspirante a fotógrafa — o percurso “pode passar pelo fotojornalismo”, diz, sem grandes certezas — foi uma das vencedoras dos prémios Megalizzi–Niedzielski da Comissão Europeia, que, desde 2019, distingue jovens aspirantes a jornalistas.

Os nomes distinguidos este ano foram conhecidos esta quarta-feira, à margem da 22.ª Semana das Regiões e Municípios, que se assinala em Bruxelas.

Um registo da construção da linha rosa do Metro do Porto “a preto e branco, altamente contrastado” valeu à estudante de Ciências de Comunicação na Universidade Nova de Lisboa o prémio na categoria fotojornalismo. A fotografia parece tirada num submundo, vê-se os trabalhadores distribuídos pelo túnel até um ponto pequeno ao fundo onde finalmente aparece o horizonte. Diz que queria mostrar “como é que os transportes públicos podem unir a cidade”.

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A fotografia vencedora Magna Araújo Amorim

“Estava [à espera de ganhar], confesso”, diz ao P3 entre risos e sem grande pudor. E para isso teve “toda uma direcção de campanha”. Afinal, ganharia o trabalho que conseguisse o maior número de votos do público — e ela estava decidida a consegui-lo.

A primeira fase do plano: Magna é natural de Vila Nova de Cerveira (Viana do Castelo) e desde logo abordou a câmara municipal da vila porque precisava de formas de divulgar o seu trabalho. Para a ajudar, a autarquia nomeou-a para uma medalha municipal, que recebeu no dia 1 de Outubro, e que foi, oficialmente, o seu primeiro canal de divulgação.

O segundo foi a partilha numa publicação colaborativa no Instagram com o Metro do Porto e o estúdio criativo ADVERSA, com o qual trabalha e que identifica como mentor. A partir daí tentou mobilizar o máximo de pessoas que conhecia para que votassem no seu trabalho. E o que desejava (e esperava) aconteceu. Subiu a palco na tarde de quarta-feira no museu Autoworld, em Bruxelas, e recebeu uma estatueta dourada com uma silhueta de uma mulher de câmara na mão. Arrecadou 65% dos votos, cerca de cinco mil.

Andou de avião pela primeira vez esta semana e “não foi a primeira vez a sair de Portugal, mas quase”. Agora sai de Bruxelas com o bilhete da próxima viagem na mão, só falta saber para onde vai partir no próximo Verão. Para além da viagem, a Comissão Europeia ofereceu-lhe também uma câmara fotográfica.

Gosta de misturar a fotografia institucional com a artística — e basta olhar para algumas fotografias que tem na sua página para perceber. Ainda não sabe ao certo por onde vai, mas o que quer mesmo é fotografar — sobre isso não tem dúvidas.

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