Potencial do bambu enquanto material sustentável debatido em Lisboa

Simpósio ibérico decorre na sexta-feira e no sábado, juntando especialistas, inovadores e entusiastas. No primeiro dia, as actividades decorrem no Parque Florestal de Monsanto.

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Um dos participantes é uma empresa portuguesa que se dedica à produção de bicicletas de bambu Adriano Miranda
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Mobiliário, revestimentos, tecidos ou até mesmo bicicletas. São já várias as possibilidades de utilização do bambu enquanto matéria-prima e, segundo garantem os responsáveis pela Associação Ibérica do Bambu (AsIB), pode haver ainda muito por explorar. Com base nesse pressuposto, a organização que junta arquitectos, designers, empresários e investigadores portugueses e espanhóis, promove esta sexta-feira e sábado, dias 11 e 12, o II Simpósio Ibérico do Bambu. O evento, subordinado ao tema “Green Growth, Infinite Possibilities”, acontece em Lisboa e é aberto à comunidade em geral.

Depois de ter realizado o I Simpósio Ibérico do Bambu em Madrid, há cinco anos, a associação traz agora a reflexão em torno do potencial ilimitado destas plantas para o nosso país. O encontro será realizado em dois locais da cidade de Lisboa: na sexta-feira, acontecerão workshops práticos no Parque Florestal Monsanto, dando a conhecer as aplicações do bambu em design, construção e artesanato. Neste sábado, as conferências terão lugar no Instituto Superior de Agronomia, com apresentações sobre o cultivo, tratamento e as normas europeias para a construção com bambu. Tudo de acesso gratuito e aberto à comunidade.

A proposta passa por compartilhar conhecimentos, explorar novas aplicações e criar sinergias que contribuam para um futuro mais sustentável e resiliente. “Além de ser um recurso natural de rápido crescimento e com grande capacidade de sequestro de carbono, o bambu oferece soluções essenciais na luta contra as mudanças climáticas e na promoção de uma economia circular”, destaca Joana Saavedra, vice-presidente da AsIB e promotora do projecto bam.bu Bicycles (marca portuguesa que se dedica à produção de bicicletas de bambu).

Entre os vários projectos que estarão em destaque neste encontro, contam-se o “Casa Congo”, hub de sustentabilidade em El Astillero, Nicarágua, onde a comunidade local, voluntários e especialistas se reúnem para criar projectos focados nas alterações climáticas e no desenvolvimento socioeconómico, assim como o “Bambuparque”. Este último, está localizado em Portugal e é apresentado como o maior viveiro de bambu da Europa, uma vez que tem mais de 100 variedades de bambu. “Existem mais de 1.600 espécies de bambu e cada uma delas tem propriedades específicas”, repara Joana Saavedra, em declarações ao Público.

Para o encontro de Lisboa, a AsIB convidou especialistas em bambu de toda a Europa, permitindo o surgimento de esforços conjuntos para incrementar o uso deste material no contexto europeu. As conferências irão ter lugar a partir das 9h00 de sábado, estando o encerramento previsto para as 19h00, com uma sessão de networking.

Na sexta-feira, entre as 10h e as 17h, o convite passa por descobrir e testar bicicletas de bambu ou aprender a fazer cestaria em bambu japonês. O programa preparado para o Parque Florestal de Monsanto – e que integra o calendário do seu 90º aniversário – compreende ainda os workshops “Descobrir o bambu: Noções básicas sobre espécies, crescimento e cuidados” e “Fabrico de painéis de bambu”, entre outros. Da parte da tarde, a partir das 14h00, também haverá uma proposta específica para os mais novos: um atelier prático de construção para desenvolver a criatividade, o trabalho em equipa, a imaginação e a psicomotricidade. Mais informações e programa detalhado aqui.

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