Paula Rego em Basileia: um corpo novo para a mulher

A primeira exposição da pintora portuguesa na Suíça reúne dezenas de obras para apresentar ao público do Kunstmuseum uma artista que, diz a curadora, fala aos nossos instintos, não à nossa cabeça.

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O visitante é recebido à entrada de Power Games por um retrato de Paula Rego feito por Chris Steele-Perkins, que a fotografou quando a pintora já passava dos 80 anos Cortesia: Kunstmuseum Basel/Max Ehrengruber
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Oratório (2009), um “monumento” com oito pinturas e outras tantas figuras tridimensionais que aborda histórias difíceis de sedução, violação e infanticídio Cortesia: Kunstmuseum Basel/Jonas Schaffter
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Paula Rego fotografada junto a Oratório, que também viajou até Veneza, para a sala que a Bienal lhe dedicou Cortesia: Kunstmuseum Basel/
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Tapeçaria inspirada na Batalha de Alcácer-Quibir (1966), feita quando Portugal estava já mergulhado na Guerra Colonial Cortesia: Kunstmuseum Basel/Max Ehrengruber
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A primeira sala da exposição é dedicada ao auto-retrato. À esquerda, o primeiro que se lhe atribui, Self Portrait in Red (1966), da colecção do Museu do Chiado; ao centro, outro de 1994 e, mais à direita, The Artist in Her Studio, de 1993 julian salinas
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The Family (1988) é uma das obras expostas no núcleo Constelações Familiares…
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… assim como Love, que teve por modelo uma das filhas de Paula Rego, envergando o vestido que a pintora usou no dia em que casou com o também pintor Victor Willing
,Pintura
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Angel (1998) está entre as pinturas mais celebradas de Paula Rego julian salinas
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Na fotografia que abre a exposição, de Chris Steele-Perkins, Paula Rego aparece no seu estúdio em Camden Town, Londres. Olha na direcção contrária à do espelho que tem ao seu lado e veste uma blusa amarela — sabe quem conhece a fotografia e a dita blusa —, mas o visitante não se apercebe porque a reprodução de grande formato está a preto e branco e cortada ao meio. A pintora portuguesa já passava dos 80 quando o fotógrafo da agência Magnum lhe pediu que ali ficasse e ela aceitou, provavelmente a contragosto. Não gostava que a fotografassem e gostava ainda menos de se ver ao espelho, de auto-retratos. Costumava dizer que a cara que tinha não lhe interessava, a não ser que tivesse alguma coisa para dizer. Foi por isso, aliás, que quando caiu em casa de uma das filhas, Caroline, na ilha de Wight, Inglaterra, no Natal de 2016, e ficou com o rosto todo marcado, se representou várias vezes.

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