Canto a Vozes de Mulheres num primeiro encontro nacional a pensar na UNESCO

Encontro deste fim-de-semana em Coimbra, com concertos e oficinas, será mais um passo na projectada candidatura do Canto a Vozes de Mulheres a Património da Humanidade.

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Cantares de Manhouce, um dos grupos presentes DR
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Já tinha havido vários encontros parcelares, mas é a primeira vez que a Associação de Canto a Vozes – Fala Mulheres promove um Encontro Nacional aberto a todos os grupos que dela fazem parte. Realiza-se este sábado e domingo em Coimbra, em colaboração com a autarquia local, e, além de uma assembleia geral, no sábado, para eleições de novos corpos gerentes, prevêem-se no mesmo dia mini-concertos a partir das 16h30 em cinco locais da baixa da cidade (Largo do Romal, Largo do Poço, Terreiro da Erva, Praça 8 de Maio e Arco de Almedina) e, por fim, um concerto colectivo às 19h00, na Sala D. Afonso Henriques do Convento São Francisco, no qual, dizem, “estarão envolvidos mais de 300 cantadeiras e cantadores praticantes deste canto”. No domingo, a partir das 10h30, continuarão as oficinas de aprendizagem iniciadas na véspera.

Fundada no dia 1 de Março de 2020, num encontro em Viana do Castelo que nesse dia reuniu representantes de 360 cantadeiras de todo o país, a Associação de Canto a Vozes – Fala Mulheres oficializou em 2021 o pedido de inscrição do Canto a Vozes de Mulheres na Lista Nacional do Património Cultural Imaterial, pedido que foi aceite em Dezembro desse ano. Dedicada “à defesa e à divulgação do canto polifónico a duas, três ou mais vozes, interpretado maioritariamente por mulheres ao longo dos tempos”, a Associação trabalha agora no sentido de apresentar na UNESCO a candidatura deste canto a Património Imaterial da Humanidade.

Margarida Antunes da Silva, do grupo Cramol (desde o início ligado a esta Associação) diz ao PÚBLICO que o encontro deste fim-de-semana “já tem em vista todo o movimento que irá ser criado para a candidatura à UNESCO”: “Estamos a prepará-lo e estamos também a trabalhar na internacionalização, e ver outros países que têm o mesmo tipo de canto. Porque aquilo que se passa com o canto das mulheres aqui, em Portugal, passa-se noutras partes do mundo.”

No concerto das 19h participam 20 grupos, tendo cada um deles entre 6 e 32 elementos. Cada um deverá actuar durante 5 minutos, juntando-se todos eles, no final, para cantarem em conjunto o tema tradicional Tia Baptista, que é, aliás o tema que abre o programa radiofónico Vozes ao Alto - Fala de Mulheres, ligado a este movimento, estreado a 2 de Abril deste ano e que continua a ser emitido às segundas-feiras, na Antena 2, às 11h com repetição às 15h do mesmo dia.

A lista dos grupos, e respectivo número de elementos, por ordem de actuação, é esta: 1. Grupo de Danças e Cantares Regionais do Orfeão da Feira - Cantadeiras d’antanho (15 elementos), Fio à Meada (10), Cantadeiras de São Martinho de Crasto (15), Grupo as Cantadeiras de Cabreiros e Candal (8), Segue-me à Capela (7), Raiz do Canto - Grupo Polifónico de São Félix (10), Associação Cantadeiras do Vale do Neiva (20), Casa do Povo de Arouca (15), Cramol (16), Conjunto Etnográfico de Moldes de Danças e Corais Arouquenses (10), Cantadeiras do Grupo de Folclore Terras de Arões (15), Grupo de Cantares de Pindelo dos Milagres (15), Vozes de Manhouce (12), Rusga de Merelim São Paio (19), Cantares Tradicionais Mulheres do Minho (15), Grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Fermêdo e Mato (6), Rancho Folclórico de Sever do Vouga (14), Cantadeiras do NEFUP (8), Grupo de cantares de Sambade (28), Cant’a3Vozes (32 elementos). A cantar Tia Baptista estarão os 301 elementos.

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O programa dos concertos ao longo de dia 12

As informação acerca deste encontro, segundo a organização, podem ser consultadas na página de Facebook do movimento e também na página A Nossa Música da Universidade de Aveiro, onde se pode ver o filme Poéticas do Canto Polifónico, de Rosário Pestana e João Valentim.

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