OE2025: Alexandra Leitão diz que decisão não está fechada, mas bancada está unida
Após uma longa reunião da bancada, que se prolongou por mais de cinco horas, líder parlamentar do PS referiu que houve “um debate muito construtivo, muito franco”.
Alexandra Leitão afirmou, na madrugada desta quarta-feira, que o sentido de voto no orçamento não está fechado e depende da proposta que o Governo vai apresentar, garantindo que a bancada está unida quanto à decisão que o secretário-geral vier a tomar.
No final de uma longa reunião do grupo parlamentar do PS, que demorou mais de cinco horas e terminou já de madrugada, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, permaneceu em silêncio e passou à líder parlamentar a responsabilidade de falar aos jornalistas.
"O Partido Socialista ainda não tomou, o secretário-geral ainda não tomou uma decisão quanto ao sentido de voto. Quando tomar ela será, em primeiro lugar, anunciada na Comissão Política Nacional", respondeu a líder parlamentar, enfatizando que "não está fechada a decisão quanto ao sentido de voto" do PS no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
Alexandra Leitão clarificou que o partido vai esperar pela proposta orçamental que o Governo tem que entregar no parlamento até quinta-feira.
"Foi uma decisão que o senhor primeiro-ministro tomou. Vamos ver o que é que vem no orçamento. Esse agora é o ponto essencial, é podermos ver o orçamento", referiu.
Questionada sobre posições muito diferentes entre os deputados que falaram durante a reunião, a líder parlamentar assumiu que o PS "é um partido muito plural".
"Sobretudo confluiu numa grande confiança na decisão que o secretário-geral venha a tomar, independentemente de uns acharem mais uma coisa ou outra, uma grande confiança na decisão do secretário-geral, uma grande união em torno daquela que vier a ser a decisão do secretário-geral", assegurou.
A dirigente socialista sublinhou que, apesar das duas linhas vermelhas que o PS traçou, o orçamento é composto por "centenas de medidas" que os socialistas têm que analisar e "muitas delas não vão ao encontro daquilo que são as políticas públicas e o programa eleitoral do Partido Socialista".
A responsável considerou que esta longa reunião do grupo parlamentar permitiu "um debate muito construtivo, muito franco, em que muitos argumentos foram apresentados".
"Foi ao encontro daquilo que o secretário-geral pretendia, que era exactamente ouvir os deputados. Com calma, sem limitações de tempo, sem limitações de quem se podia ou não inscrever. Falou muita gente. Foi mesmo um debate muito útil para uma tomada de decisão que é complexa", afirmou.
A líder parlamentar do PS referiu que a reunião da Comissão Política Nacional, na qual será conhecida a decisão, ainda não está marcada.
Sobre a entrevista do primeiro-ministro, Luís Montenegro, Alexandra Leitão afirmou que esta não condiciona o debate interno do Partido Socialista.
"Não houve acordo. Neste momento não há acordo, mas veremos ainda a decisão quanto ao sentido de voto que não está fechado", explicou, assumindo que desde sexta-feira, quando Pedro Nuno Santos apresentou a contraproposta à do Governo, "houve conversas entre os dois partidos, mas que não chegaram a um acordo".
Alexandra Leitão assinalou que Luís Montenegro "fechou o orçamento, vai entregá-lo assim" e agora os socialistas têm que ver o documento "antes de tomar uma decisão sobre o sentido do voto".
Na primeira intervenção, segundo fontes socialistas confirmaram à Lusa, o líder do PS transmitiu ao grupo parlamentar do partido que não há acordo com o Governo sobre o Orçamento do Estado e que queria ouvir os deputados sobre a posição a tomar, lembrando que a proposta ainda é desconhecida.
O primeiro-ministro afirmou na terça-feira à noite que a proposta de Orçamento do Estado "está fechada" e a versão final será aprovada na quarta-feira, com um entendimento com o PS sobre o IRS jovem, mas não no IRC.
Mais à frente na entrevista Luís Montenegro manifestou a convicção de que o Orçamento do Estado será viabilizado, apesar de não ter essa garantia por parte do PS, e afastou qualquer negociação do Chega, dizendo que se comportou "como um cata-vento".