Mosteiro de Tibães e Minas Romanas de Tresminas vão ser Monumentos Nacionais

A decisão foi anunciada no comunicado do Conselho de Ministros desta quarta-feira.

Igreja no Mosteiro de Tibães, em Braga
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Igreja no Mosteiro de Tibães, em Braga nelson garrido
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Mosteiro de Tibães, em Braga nelson garrido
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O Mosteiro de São Martinho de Tibães, em Braga, e as Minas Romanas de Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar, vão passar a ser Monumentos Nacionais, segundo decisão do Governo, expressa no comunicado do Conselho de Ministros desta quarta-feira.

O Governo aprovou um decreto-lei "que reclassifica o Mosteiro de São Martinho de Tibães, actualmente Imóvel de Interesse Público, como Monumento Nacional, amplia a área classificada e altera a respectiva zona", e um outro "que reclassifica o sítio arqueológico Minas Romanas de Tresminas, actualmente Sítio de Interesse Público, como Monumento Nacional", lê-se no comunicado.

Quanto ao Mosteiro de São Martinho de Tibães, fundado em finais do século XI e classificado como Imóvel de Interesse Público em 1944, consta da lista de património cultural a ser alvo de intervenções no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a área da Cultura.

O mosteiro é constituído pela igreja, alas conventuais e espaço exterior – a cerca e o edifício que hoje existe foram construídos ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX.

Em 1833/34, com a extinção das ordens religiosas, o mosteiro foi encerrado e os seus bens inventariados e postos à venda, excepto a igreja, o passal e uma zona conventual que, continuando propriedade do Estado português, ficaram em uso paroquial.

Em 1986, perante a degradação e delapidação daquele património nas décadas anteriores, o Estado adquiriu-o, iniciando a sua recuperação com estudos, registos e limpezas que viabilizaram os projectos de restauro que se seguiram.

Mantendo os usos associados à Paróquia de Mire de Tibães, duas novas valências foram implementadas, uma das quais a cultural, associada ao conceito internacional de Museu Monumento e Jardim Histórico, que permite percorrer, ver e sentir os espaços e os seus tempos.

A outra valência é a de acolhimento, com a adaptação da parte do edifício mais arruinada às necessidades de uma comunidade religiosa da Família Missionária Donum Dei, com as valências de hospedaria e restaurante.

Já o complexo mineiro romano de Tresminas representa uma das mais importantes explorações de ouro do Império Romano.

As minas foram geridas directamente pela guarda do imperador romano. Aqui, a exploração de ouro decorreu ao longo de 450 anos e depois não teve mais intervenções.

Dos trabalhos de exploração resultou um conjunto monumental formado pelas cotas de exploração a céu aberto e por um complexo de poços e galerias subterrâneas.

Durante séculos, este património mineiro permaneceu bem preservado, o que motivou a sua classificação como Imóvel de Interesse Público (1997) e, em 2012, foram classificados alguns componentes do sistema de abastecimento de água a esta zona mineira como Monumento de Interesse Público.

No início do ano passado, o município de Vila Pouca de Aguiar submeteu uma candidatura à lista indicativa de Portugal ao património mundial, estando o processo na fase de prestar esclarecimentos à Comissão Nacional da UNESCO.

É intenção do município agregar Tresminas ao complexo mineiro de Las Médulas (Espanha), que é património mundial da UNESCO desde 1997, na categoria de paisagem cultural.

A candidatura conjunta prevê a implementação de um projecto cultural que tem como objectivo a valorização do legado mineiro romano na Península Ibérica.