Deputados franceses chumbam moção de censura a Governo de Barnier

A Nova Frente Popular foi o único campo que votou a favor da proposta para derrubar o executivo de centro-direita nomeado por Emmanuel Macron.

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O Governo de Barnier sobrevive ao primeiro teste Stephanie Lecocq / REUTERS
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O primeiro-ministro francês Michel Barnier passou o primeiro teste do seu Governo nesta terça-feira, quando uma moção de censura da esquerda não conseguiu reunir votos suficientes para derrubar o seu executivo de centro-direita.

O Presidente Emmanuel Macron nomeou Barnier para o cargo de primeiro-ministro no mês passado, depois de uma eleição antecipada ter levado a um parlamento fraccionado. O débil governo de Barnier, apoiado pela extrema-direita, é contestado pelos deputados de esquerda da Nova Frente Popular, que apresentaram a moção de censura na passada sexta-feira.

A moção de censura seria sempre um tiro no escuro, uma vez que necessitava do apoio do partido de extrema-direita União Nacional para ter os votos necessários - uma medida que os deputados do partido de Marine Le Pen tinham assinalado que não estavam dispostos a tomar.

Nesta terça-feira, 197 deputados votaram a favor da moção - muito aquém dos 289 votos necessários - confirmando-se o não apoio da União Nacional à proposta, tendo sido só a esquerda unida na Nova Frente Popular a votar a favor.

“A moção não foi adoptada”, disse Yael Braun-Pivet, presidente da Assembleia Nacional.

Agora, todas as atenções estão viradas para a primeira proposta de orçamento de Barnier, que deverá ser apresentada na quinta-feira e que, provavelmente, incluirá aumentos de impostos e cortes nas despesas, num total de cerca de 60 mil milhões de euros, para reduzir um défice cada vez maior. A aprovação do projecto da lei orçamental será o próximo teste duro do novo mandato de Barnier.

Depois de do primeiro-ministro ter apresentado o projecto político do seu governo no início da semana passada, Marine Le Pen, líder da União Nacional, disse que queria “dar uma oportunidade” ao primeiro-ministro. Mas estabeleceu linhas vermelhas, incluindo a necessidade de qualquer aumento de impostos ter de ser compensado por um aumento do poder de compra para as classes média e baixa.