Furacão Milton pode obrigar seis milhões de pessoas a sair das suas casas

Tempestade gigantesca chega quarta-feira ao território dos EUA, ainda com força de furacão de categoria 3. Fugir pode ser “uma questão de vida ou de morte”, avisou o Presidente Biden.

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Militares ajudam moradores de Orlando a fazer barreiras de areia contra as ondas que se espera que o furacão produza Jose Luis Gonzalez/REUTERS
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O furacão Milton, que atingirá a Florida na quarta-feira, pode ser uma das piores tempestades a atingir os Estados Unidos nos últimos 100 anos. Seis milhões de pessoas vivem em áreas que estão sob alerta de furacão e podem ter de ser retiradas. O Presidente Joe Biden, que adiou viagens ao estrangeiro para lidar com esta crise, encorajou os cidadãos das zonas mais expostas a deixar imediatamente a zona: “É uma questão de vida ou de morte”, afirmou.

Neste momento, a velocidade do vento atinge 240 km/hora, com rajadas ainda mais fortes, e o olho do furacão de categoria 4 (numa escala com cinco níveis) está a passar pelo Leste do Golfo do México e espera-se que chegue a terra na quarta-feira à noite (hora da costa Leste dos EUA). Pode atingir directamente a zona da Baía de Tampa.

Quando os furacões chegam a terra, costumam perder intensidade, porque deixam de estar sobre a água quente do mar, que é o combustível que alimenta o seu motor. Mas o Centro Nacional de Furacões dos EUA prevê que o Milton não só vai manter a categoria de um poderoso furacão como vai aumentar de tamanho, à medida que se aproxima da costa Oeste da Florida. Pode entrar em terra como furacão e sair ainda como tal, causando grande devastação, avisou Joe Biden, citado pela BBC.

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Imagem de satélite mostra o furacão no Golfo do México. Espera-se que cresça em área e chegue à costa da Florida na quarta-feira CIRA/NOAA/REUTERS

“De certa forma, até é pior. Afecta mais pessoas. Vamos ter ventos, chuva forte e marés de tempestade numa área maior do que se tivéssemos uma tempestade mais pequena, mesmo que fosse mais intensa”, disse à CNN Michael Brennan, director do Centro Nacional de Furacões.

“Mesmo que o Milton perca força, ainda teremos de enfrentar um grande furacão. Vai ter impactos muito, muito significativos”, disse o governador da Florida, Ron DeSantis, numa conferência de imprensa com os responsáveis pelos serviços de emergência estaduais, já nesta terça-feira.

“Desde que sou governador, tenho analisado vários cenários, e provavelmente o mais complicado em termos de danos seria o de um grande furacão atingir a Baía de Tampa, porque é tão vulnerável”, acrescentou DeSantis, citado pelo Politico.

Potencialmente, o Milton é uma tempestade “à qual não se pode sobreviver”, alertou na mesma conferência de imprensa Kevin Guthrie, director executivo da Divisão de Gestão de Emergências da Florida, citado pela BBC. Guthrie espera que milhões de pessoas deixem as suas casas entre terça e quarta-feira, igualando o esforço feito em 2017, com o furacão Irma, que tinha o dobro do tristemente célebre furacão Andrew, de 1992, uma das maiores tempestades que atingiu a Florida. O Irma obrigou à retirada de 6,8 milhões de pessoas, relata o Politico.

Se não se desviar do seu actual percurso, esta será a mais poderosa tempestade a atingir Tampa nos últimos 100 anos – a expectativa é que chegue a terra como um furacão de categoria 3. Mas a Florida está a viver ventos que sopram a 117 km/hora, que são uma espécie de guarda avançada do Milton – enquanto se debate ainda com a limpeza dos destroços do furacão Helene, que foi igualmente devastador, há menos de duas semanas, e que matou mais de duas centenas de pessoas.