Polícias suspeitos de intimidarem prostitutas ficam em prisão preventiva
Gerente de casa de massagens que recrutava mulheres brasileiras também ficou privada de liberdade.
Os dois polícias municipais detidos na passada semana por suspeitas de cumplicidade com uma rede de prostituição em Lisboa ficaram detidos preventivamente.
Havia mulheres de nacionalidade brasileira obrigadas a prostituir-se quase 24 horas por dia numa casa de massagens que funcionava na zona do Chiado. A algumas delas tinham sido subtraídos os passaportes, vivendo quase sequestradas.
Os dois polícias municipais envolvidos no esquema eram próximos da gerente do espaço, que recrutava as compatriotas no seu país de origem. Havia vítimas aliciadas com empregos de recepcionista que só percebiam o logro quando chegavam a Portugal. A função destes dois agentes da autoridade, segundo os investigadores, consistia em intimidar as mulheres para as inibir de fugirem e denunciarem a rede. Frequentavam a casa fardados, facto que levantou suspeitas aos colegas da divisão de investigação criminal da PSP que levaram a cabo a operação policial da passada semana.
Aparentemente a penosidade das condições em que trabalhavam não era igual para todas as vítimas: umas eram submetidas a um regime de quase escravidão e pouco dinheiro recebiam, enquanto outras eram mais bem pagas.
As buscas decorreram não só no Chiado, onde foram encontradas três possíveis vítimas de tráfico de seres humanos, além dos respectivos clientes, como também em Boliqueime, no Algarve, numa casa onde a mesma mulher tinha tido um negócio idêntico, mas que há alguns meses converteu em hostel. Tal como sucedeu com os polícias, à gerente da casa de massagens foi igualmente decretada prisão preventiva.
Os dois homens aguardarão o desenrolar do processo em que são visados na cadeia de Évora, criada para receber polícias e detidos com necessidades de protecção especial. A mulher vai ficar detida em Tires.