“Muito obrigada”: ministra congratula-se com trabalho da PJ na captura de fugitivo

Rita Alarcão Júdice deixou ainda “uma palavra de reconhecimento também às autoridades espanholas e marroquinas que colaboraram neste desfecho”.

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A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, ordenou uma auditoria à segurança das cadeias portuguesas Rui Gaudêncio
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A ministra da Justiça congratulou-se nesta segunda-feira com o "trabalho ininterrupto de investigação e recolha de informação" da Polícia Judiciária (PJ) que permitiu a captura de um dos cinco evadidos da cadeia de Vale de Judeus.

"É devida uma palavra de agradecimento aos profissionais da PJ que, desde o dia 7 de Setembro, desenvolveram um trabalho ininterrupto de investigação e recolha de informação e que permitiu, no exacto período de um mês, a recaptura de um dos evadidos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus", salientou Rita Alarcão Júdice numa declaração escrita à agência Lusa.

A ministra da Justiça deixou ainda "uma palavra de reconhecimento também às autoridades espanholas e marroquinas que colaboraram neste desfecho", concluindo: "Muito obrigada a todas as equipas envolvidas."

Fábio Loureiro, um dos evadidos há precisamente um mês do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, foi detido no domingo à noite em Tânger, Marrocos, anunciou nesta segunda-feira a PJ portuguesa.

Cerca das 22h00 locais, as "autoridades marroquinas, com a colaboração das autoridades espanholas, em estreita articulação com a Polícia Judiciária" detiveram o suspeito.

"A operação policial internacional foi desencadeada em menos de 24 horas, contou com o forte apoio da Cuerpo Nacional de Policia (CNP) espanhol e da Direcção-Geral de Vigilância Territorial Nacional (DGST) marroquina, com base em informação credível da PJ, de que Fábio Loureiro estaria em Marrocos.

Sobre Fábio Loureiro recaía um mandado de detenção internacional e estava na lista dos mais procurados da Interpol, refere a PJ em comunicado.

Fábio Loureiro está condenado pelos crimes de rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada e evasão e será agora "presente às autoridades judiciárias de Marrocos tendo em vista a sua extradição para Portugal para efeitos de cumprimento de pena", acrescenta ainda a PJ.

Segundo o relatório da auditoria à actuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, a fuga dos reclusos "demorou seis minutos" e só foi detectada cerca de uma hora depois.

O grupo de evadidos incluía dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

Destes, apenas Fábio Loureiro foi detido pelas autoridades.

A fuga levou à demissão do então director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa e Gonçalves, que foi substituído interinamente por Isabel Leitão, que já integrava aquela direcção-geral tutelada pelo Ministério da Justiça.

A fuga de Vale de Judeus levou a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, que ordenou uma auditoria à segurança das cadeias portuguesas, a ser ouvida recentemente sobre o caso na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a requerimento da Iniciativa Liberal.

Esta segunda-feira, guardas de várias cadeias do país são esperados numa concentração defronte de Vale de Judeus, promovida pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), que quer "demonstrar a união e o apoio do corpo da guarda prisional aos colegas do EP de Vale de Judeus" e, desta forma, "demonstrar que existem problemas transversais a todos os estabelecimentos prisionais e que afectam a vida de todos" estes profissionais.