Líder de gangue juvenil e sempre armado com uma Kalashnikov. Quem é Fábio Loureiro?

O homem detido neste domingo esteve à frente de um gangue. Caiu muitas vezes na malha da polícia e muitas vezes conseguiu escapar.

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Fábio Santos apanhado nas imagens de videovigilância da cadeia de Vale de Judeus no momento da fuga DR
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O recluso apanhado neste domingo estava em fuga há um mês, desde que se evadira da cadeia de Vale de Judeus. Foi detido por volta das 22h deste domingo, em Tânger, pelas autoridades marroquinas em colaboração com as autoridades espanholas e em estreita articulação com a Polícia Judiciária (PJ).

Fábio Fernandes Santos Loureiro foi detido em 2012, em Odemira, enquanto passava férias com amigos. Não era a primeira vez que as autoridades o detinham, mas era a primeira vez que acabaria mesmo atrás das grades, depois de ter chegado a ser condenado a sete anos e meio de prisão por assaltos a residências no Algarve e de ter ficado em liberdade a aguardar a decisão de um recurso. Para trás ficariam anos de fintas à Justiça, com Fábio "Cigano" — a alcunha por que era conhecido na região onde tinha crescido — a escapar-se sempre entre os pingos da chuva, ora por falta de provas, ora porque outros assumiram as culpas.

Nascido no Poço Partido, um bairro na freguesia unida de Lagoa e Carvoeiro, ficou na mira das autoridades quando ascendeu à liderança de um gangue juvenil, depois de o primeiro cabecilha, Fábio "Cigarrinho", ter sido detido em Espanha.

Conduzia carros de luxo e andava sempre armado com uma espingarda automática Kalashnikov. Chegou a disparar com uma metralhadora contra uma vivenda em Albufeira, onde estava um bebé de seis meses, por causa de um ajuste de contas. Era só mais um episódio numa história de crimes de roubo a casas pelo Algarve, crimes como tráfico de menor quantidade, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, injúria, resistência e coacção sobre funcionário e condução sem habilitação legal.​​

Fábio Loureiro caiu muitas vezes na malha da polícia e muitas vezes conseguiu escapar. Em 2011, chegou a ser detido por ter sido apanhado numa operação de combate ao tráfico, mas foi libertado porque um amigo afirmou que os 11 quilos de haxixe apreendidos eram dele e não de Fábio.

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Noutras ocasiões, as provas que as autoridades tinham contra o fugitivo revelaram-se circunstanciais e pouco sólidas. Seria preciso mais para o parar — e nem as medidas de alta segurança impostas no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus se mostrariam suficientes.

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