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A paixão brasileira pelo vinho português
O consumo de vinhos portugueses no Brasil cresceu 36% entre 2019 e 2021, consolidando o país como o terceiro maior mercado externo para Portugal.
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Portugal e Brasil compartilham uma longa história, marcada por laços culturais e afetivos que se refletem até nos hábitos à mesa. E, nas últimas décadas, um fenômeno tem chamado a atenção: o crescente consumo de vinhos portugueses no Brasil. Se antes os rótulos portugueses eram uma presença tímida nas prateleiras dos supermercados e na mesa dos brasileiros, hoje, despontam como protagonistas de um mercado cada vez mais ávido por qualidade e tradição.
Segundo dados da ViniPortugal, o consumo de vinhos portugueses no Brasil cresceu 36% entre 2019 e 2021, consolidando o país como o terceiro maior mercado externo para Portugal. Isso não é surpreendente, considerando a afinidade entre as duas nações, mas reflete, também, uma mudança significativa no paladar brasileiro. O que antes era dominado por vinhos de outras origens, como Chile e Argentina, passou a ceder espaço a vinhos do Douro, do Alentejo e do Dão, entre outras regiões vinícolas de Portugal.
Lembrar que o português é o povo que mais consome vinho no mundo! Em números absolutos, são os americanos, mas, na media do consumo per capita, o português lidera o ranking com mais ou menos 58 litros de vinho consumido por ano! Itália e França ficam em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
Este vasto universo do vinho português ainda é pouco explorado no Brasil. O conhecimento médio sobre os vinhos de Portugal, embora crescente, ainda se restringe a regiões mais conhecidas, como o Alentejo e o Douro. No entanto, há muito mais para ser descoberto. Regiões como o Dão ou o Minho, berço dos frescos vinhos verdes, são ainda tesouros a serem descobertos por muitos brasileiros. Mesmo que seu consumo também tenha aumentado muito nos últimos anos, o vinho verde certamente será um queridinho dos brasileiros em um futuro próximo. Podem anotar!
Por trás dessa expansão, há um trabalho de divulgação e promoção feito tanto por entidades portuguesas quanto pelos próprios importadores brasileiros, que veem nos vinhos lusos uma oportunidade de mercado. Além disso, o consumidor brasileiro, cada vez mais informado e exigente, tem buscado vinhos com personalidade, história e autenticidade — características que os vinhos portugueses têm de sobra.
A intenção, em um primeiro momento, é conseguir preço/qualidade para poder competir com os vinhos do Chile e da Argentina, que encontram no Brasil, por motivos óbvios, um caminho mais fácil para o consumidor.
A questão que fica no ar é: até onde pode ir essa paixão pelo vinho português no Brasil? A resposta é, o céu é o limite.