Brasil bate Argentina e conquista hexacampeonato mundial de futsal
Golos de Ferrão e Rafa Santos, na primeira parte, e luvas de Willian fizeram a diferença numa inédita final sul-americana.
O Brasil sucedeu este domingo a Portugal ao conquistar a 10.ª edição do Campeonato do Mundo de futsal com um triunfo (2-1) sobre a Argentina, em final inédita entre os grandes rivais sul-americanos, disputada na Humo Arena de Tashkent, no Uzbequistão, que rendeu o sexto título mundial aos brasileiros.
Na terceira final consecutiva, a Argentina falhou a conquista do segundo título mundial, que a colocaria a par de Espanha, podendo lamentar apenas o facto de ter sido parada pela exibição de Willian, fundamental para manter segura a baliza do Brasil.
Pela primeira vez neste Mundial com os três pivots (Pito, Rafa Santos e Ferrão) à disposição do treinador Marquinhos Xavier, o Brasil adiantou-se aos 6 minutos com um golo de Ferrão, em lance de bola parada.
Marcar primeiro era crucial para os pentacampeões mundiais, que há 12 anos não marcavam presença numa final, já que obrigava os "albicelestes" a especular um pouco menos no jogo e a mostrar os argumentos que os tem colocado sistematicamente entre as duas melhores selecções do Mundo.
O rigor defensivo do Brasil, com cinco golos sofridos no trajecto até à final, tornava a missão da Argentina ainda mais árdua, já que para além de ter que assumir o jogo e abdicar do seu estilo eminentemente defensivo, ainda precisava de ultrapassar a organização "canarinha" e o "paredão" Willian.
Um cenário que até poderia ter sido contornado na resposta imediata ao golo sofrido, com Kevin Arrieta a falhar por pouco a igualdade para a Argentina, num remate travado por Willian.
Assim, após resistir a mais algumas alfinetadas, o "escrete" acabou por ampliar com um golo de Rafa Santos (13') - o resultado com que o Brasil batera a Argentina na final da Copa América, em Fevereiro -, conseguindo uma almofada bem mais confortável, que manteve até intervalo.
No regresso, Willian continuou a brilhar e a desesperar os argentinos, que viam o relógio avançar e o Brasil cada vez mais perto de renovar o título conquistado em 2012 em Banguecoque, na Tailândia.
Com Portugal, eliminado nos oitavos-de-final pelo Cazaquistão, prestes a passar o testemunho, o Brasil ia confiando em Willian e no desgaste emocional da Argentina, que só precisava de alguma sorte e um golo capaz de abalar a confiança do adversário.
O "azul" estava longe de ser celestial, pelo que a Argentina, com cinco minutos para mudar a história da final, arriscou tudo com a entrada de Luciano Gaúna como guarda-redes avançado. Uma aposta que esteve muito perto de resultar em golo, com um cabeceamento junto ao poste a ameaçar ferir o Brasil, que a cerca de três minutos do fim atingia as cinco faltas.
O Brasil defendia à zona para evitar a sexta falta e um sempre indesejável livre de 10 metros. Mas isso não evitou o golo de Matías Rosa, numa recarga de primeira, a dois minutos do apito final.
A tensão era quase insuportável, tendo Valério falhado por centímetros o 3-1 na baliza deserta da Argentina, o que acabaria com a final a um minuto do final. Mas com Willian a salvar uma última situação, o jogo acabou mesmo por pender para os brasileiros, que festejaram com a Argentina a reclamar uma mão, que Deus não ouviu.