Trump regressa ao local da tentativa de assassínio na Pensilvânia, com Musk na assistência
Trump escapou por pouco de ser atingido na cabeça, em Butler, por uma bala que o apanhou de raspão na orelha direita, num comício em Julho. Este sábado, volta ao local.
O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, regressa este sábado ao local onde quase foi assassinado em Julho, na Pensilvânia, para um comício num estado crucial para vencer as eleições, exactamente um mês antes da votação de 5 de Novembro.
Elon Musk, aliado de Trump, CEO da Tesla e proprietário da plataforma social X, estará presente no comício, a sua primeira presença num evento da campanha de Trump desde que revelou apoiar o antigo presidente.
Trump escapou por pouco de ser atingido na cabeça, em Butler, por uma bala que o apanhou de raspão na orelha direita, um incidente que expôs graves lacunas na segurança do antigo presidente e levou a medidas de protecção reforçadas.
À tarde, milhares de pessoas com adereços da campanha de Trump já tinham enchido o local do evento. Alguns entoavam o slogan "luta, luta, luta", a frase que Trump proferiu momentos depois de ter sido baleado.
Reboques foram alinhados à volta do local como medida de protecção, bloqueando a vista, por exemplo, do edifício onde o atirador abriu fogo.
A multidão aplaudiu quando três pára-quedistas, com bandeiras americanas atrás, desceram e aterraram perto do edifício.
A 13 de Julho registou-se o primeiro de dois atentados contra a vida de Trump. A 15 de Setembro, um homem armado escondeu-se sem ser detectado durante quase 12 horas no campo de golfe de Trump em West Palm Beach, na Florida, com planos para o matar, segundo os procuradores, mas foi impedido por um agente dos Serviços Secretos dos EUA que patrulhava o campo à frente de Trump.
Os responsáveis republicanos esperam que o regresso de Trump a Butler gere mais apoio entre os seus seguidores mais fiéis e aumente a afluência às urnas na Pensilvânia, um estado que o ex-Presidente e a sua adversária democrata, a vice-presidente Kamala Harris, consideram crucial para vencer a 5 de Novembro.
"Vou voltar a Butler porque sinto que tenho a obrigação de voltar a Butler", disse Trump à rede de notícias NewsNation no início desta semana. "Nunca terminámos o que era suposto fazermos."
Trump também será acompanhado no comício pelo seu candidato a vice-presidente, o senador JD Vance, e pela família do bombeiro Corey Comperatore, que foi morto durante o atentado contra a vida de Trump.
Os oradores iniciais do comício centraram-se na memória do Comperatore. "Não deixaremos que esse dia trágico ofusque a luz da nossa comunidade", disse JD Longo, presidente da câmara da cidade vizinha de Slippery Rock.
Shane Chesher, 37 anos, esteve no comício de Julho e quis regressar para o que esperava ser um evento emotivo. "Honestamente, não sei se ainda hoje consigo perceber o que vivemos naquele dia", disse. Regressar ao local, salientou, "será espiritual e penso que será muito emotivo, tanto para o bem como para o mal".
O tiroteio de Butler levou a uma crítica generalizada aos Serviços Secretos dos EUA e à demissão da sua directora. Os críticos levantaram preocupações sobre a forma como o suspeito de 20 anos, Thomas Matthew Crooks, que foi posteriormente morto a tiro por agentes dos Serviços Secretos, conseguiu aceder a um telhado próximo com uma linha de visão directa do local onde Trump estava a discursar.
No rescaldo, a agência aprovou medidas de segurança adicionais para Trump, incluindo a utilização de vidros à prova de bala para o proteger em comícios ao ar livre.
O porta-voz dos Serviços Secretos, Anthony Guglielmi, disse num comunicado antes do comício de sábado que tinha havido "mudanças e melhorias abrangentes nas capacidades de comunicação, recursos e operações de protecção".
Trump considera que o facto de ter virado a cabeça para ler um gráfico num ecrã lhe salvou a vida. Com o sangue a escorrer-lhe pelo rosto, levantou o punho e gritou "luta" aos seus apoiantes, uma imagem que marcou o dia.