Bochum está a sofrer na Bundesliga — e já viu este filme várias vezes

Clube do vale do Ruhr ainda não venceu, tem um ponto apenas e teima em repetir uma entrada em falso

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Começar a Bundesliga com a chuteira esquerda não é nada de novo para o VFL Bochum. Tem sido assim desde que regressou ao principal escalão do futebol alemão, em 2021, sempre em zona de descida na classificação ao fim das seis primeiras jornadas. E o arranque da época 2024-25 só vem confirmar a tendência. Neste sábado, averbou a quinta derrota em seis jogos e agravou a condição de lanterna-vermelha da prova.

O jogo foi disputado em casa, no Vonovia-Ruhrstadion, e o adversário foi o Wolfsburgo, que começou a jornada com quatro pontos. Mesmo com um início de época cinzento, havia esperança de um primeiro triunfo, mas o avançado português Tiago Tomás complicou a missão dos anfitriões logo aos 21’. Cinquenta minutos mais tarde, o neerlandês Myron Boadu, avançado emprestado pelo Mónaco, haveria de marcar para o Bochum, mas antes e depois desse momento o dinamarquês Jonas Wind fez dois golos e carimbou o triunfo dos visitantes, por 1-3.

E como reagem jogadores e adeptos a esta entrada em falso na Bundesliga? Com desconforto, naturalmente, mas ao mesmo tempo com a naturalidade de quem se habituou a sofrer. Senão vejamos: na época passada, o Bochum também sofreu uma derrota por 1-3 (então diante do Borussia Mönchengladbach) na 6.ª jornada e não somava qualquer vitória por essa altura — tinha, porém, três empates, enquanto actualmente só contabiliza um. E em 2022-23, perdeu também na 6.ª ronda (por 3-1, claro, diante do Schalke) e estava no fundo do poço, com zero pontos.

“Não jogámos mal, mas compreendemos a insatisfação dos adeptos. É sempre a mesma coisa, todos os anos. Somos resistentes, sofremos um golpe novo todas as semanas, mas não vamos desistir”, promete o lateral esquerdo Maximilian Wittek, em declarações à Sky.

Mudança infrutífera

O avançado Philipp Hofmann, há três épocas no clube, apresenta o mesmo estado de espírito. “Parece que o primeiro remate que levamos dá sempre golo. Isso tem-nos acontecido muito nestes anos”, apontou, dando conta de uma sensação de déjà vu numa equipa que não tem sido capaz de prolongar os bons momentos que protagoniza nos jogos. “Já conhecemos este sentimento da época passada. Estamos a ficar para trás outra vez e isso é muito irritante”.

Para evitar andar permanentemente com a corda ao pescoço — na época passada o Bochum foi forçado a disputar o play-off de manutenção e na época anterior terminou em 14.º —, a direcção do clube decidiu mudar de treinador. Deixou cair Thomas Letsch, que tinha ido contratar aos Países Baixos, e apostou em Peter Zeidler, que tinha orientado os suíços do St. Gallen nas seis temporadas anteriores. Até ver, a mudança não está a surtir efeito. No primeiro jogo oficial da época, o Bochum foi eliminado da Taça da Alemanha pelo Jahn Regensburg, último classificado da II Bundesliga. E no campeonato tem sido o que se sabe (1-0).

É verdade que o plantel não apresenta grandes estrelas e está muito distante da qualidade dos adversários do primeiro terço da tabela, mas se considerarmos que o único ponto somado até agora aconteceu diante do Hosltein Kiel, que está a fazer a estreia na Bundesliga nesta época, percebemos que a débacle tem sido transversal.

Os próximos dias, com a paragem competitiva para o calendário das selecções, vão oferecer uma oportunidade para corrigir o que houver a corrigir — até porque são poucos os jogadores internacionais no plantel. E, quando a Bundesliga for retomada, é bom que aproveitem a visita ao Hoffenheim (16.º) para pontuar. Até porque pouco depois o calendário é pouco promissor: Bayern Munique, Eintracht Frankfurt, Bayer Leverkusen, Estugarda. Um novo ciclo de terror em perspectiva.

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