Sporting descobre “bunker” para triunfar sobre Casa Pia

À espera de um milagre, o Casa Pia apostou no ferrolho que Trincão desmantelou ainda antes do intervalo, oferecendo o terceiro golo consecutivo a Daniel Bragança. Gyökeres voltou aos golos.

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Conrad Harder voltou ao onze "leonino" PEDRO ROCHA / REUTERS
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O Sporting voltou este sábado às vitórias, depois do empate na Champions, somando o oitavo triunfo consecutivo (2-0) no campeonato - que continua a liderar isolado -, frente a um Casa Pia formatado para aguentar 90 minutos em pura apneia, falhando, contudo, o objectivo traçado pelo treinador.

O talento de Trincão e a inspiração de Daniel Bragança deitaram por terra a ideia de João Pereira guiar os "gansos" a um triunfo que quebrasse o momento mágico dos "leões". Um sonho sem força para vingar, que Gyökeres, de penálti (78'), se encarregaria de destruir em definitivo.

O treinador do Sporting tinha antecipado um choque de sistemas, acreditando ou, provavelmente testando o adversário, que o Casa Pia seria capaz de abrir um pouco o jogo em Alvalade, onde em Janeiro sofreu uma goleada por 8-0.

Mas do papel para o relvado há um longo caminho a percorrer e o Casa Pia apresentou-se com uma linha de seis defesas e quatro médios. Com um pouco de boa vontade, poderíamos interpretar o desenho como um 6x3x1, apesar de na primeira parte Cassiano nunca ter sido um ponta-de-lança. A estratégia de João Pereira era simples: fechar-se no “bunker” e esperar uma bola parada para conseguir o milagre aludido pelo técnico quando, na conferência de imprensa, enfatizou a possibilidade de acabar com a série de sete triunfos do Sporting no campeonato de 2024-25.

A postura do Casa Pia, que não dispensou alguns momentos de anti-jogo, com o guarda-redes pedir assistência para repor os níveis de oxigénio dos companheiros, até poderia ter sido bem-sucedida, não fosse Franco Israel ter parado o primeiro remate da noite, ao segundo minuto, quando Svensson teve ensejo de colocar os “gansos” na frente.

Um golo visitante, a abrir, teria destruído os nervos do “leão”, que foi encontrando a paciência necessária para contornar a muralha casapiana, ainda que sem causar grandes fissuras. Conrad Harder, que, juntamente com Maxi Araújo, Eduardo Quaresma e Daniel Bragança, regressou à titularidade depois do jogo da Liga dos Campeões, em Eindhoven, foi dos mais incisivos, tendo criado um par de lances que fizeram tremer o Casa Pia.

Mas seria preciso mais do que vãs ameaças para desmembrar uma defesa coriácea. Daí a intervenção de Francisco Trincão, já quando se esgotava a primeira parte, merecer os maiores elogios. Com um rasgo de genialidade, o extremo derrubou o muro e ofereceu a Daniel Bragança o quarto golo da época (igualando o registo da época passada) e o terceiro consecutivo. Era o fim da resistência do Casa Pia, imposto pela dinastia de Bragança.

Pelo menos era o que todos esperavam, incluindo Rúben Amorim, que deixou Harder no balneário e chamou Morita para descortinar novas fragilidades num Casa Pia instado a formar uma linha ofensiva. Puro engano. A estratégia manteve-se, com os seis homens da defesa agarrados ao posto. Daí resultaram mais 45 minutos de ataque contínuo dos “leões”, com a posse de bola a manter-se entre os 85 e os 90 por cento.

Ainda assim, susceptível de mudar numa transição que o Sporting foi controlando até o Casa Pia cometer penálti que Gyökeres converteu, com alguma sorte, a pouco mais de 10 minutos dos 90.

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